Outras cidades sofrem colapso por falta de oxigênio no tratamento da Covid-19.
Com a nova explosão de casos de Covid-19 no Amazonas, o estado vive o pior momento da pandemia.
Pelo menos seis pessoas morreram nas últimas 24 horas por asfixia no município de Faro, no Pará, segundo a prefeitura da cidade. A realidade no local é de colapso na área da saúde com a falta de oxigênio, leitos e medicamentos para os pacientes em tratamento da Covid-19. O município fica na divisa com o estado do Amazonas. A situação mais preocupante é na comunidade de Nova Maracanã, onde pelo menos 34 pacientes estão hospitalizados. A situação também atinge as cidades vizinhas de Terra Santa (PA), Nhamundá (AM) e Coari (AM).
Na manhã desta terça-feira (19), o prefeito Paulo Carvalho conseguiu comprar 20 balas de oxigênio na cidade de Santarém (PA). Além de Santarém, Faro também costuma comprar suprimentos de oxigênio em Manaus, no Amazonas. “Ambas as cidades estão em crise. A demanda é maior que a quantidade, porque a produção está comprometida”, diz Carvalho, referindo-se à crise na empresa White Martins, fornecedora de oxigênio hospitalar na região oeste do Pará.
Prevendo o aumento de casos da doença, a prefeitura local triplicou o número de leitos, passando de seis para 30.
Segundo o médico da Unidade Básica de Saúde de Faro Yordanes Peres, o oxigênio recebido hoje garante apenas dois dias de tratamento dos pacientes internados. “Nós estamos vivendo uma crise, na contramão para tentar salvar vidas. Estamos trabalhando 24 horas para isso”, explicou.
Na semana passada, o Governo do Pará proibiu a circulação de embarcações vindas do Estado do Amazonas em território paraense. O fechamento da fronteira segundo o governador Helder Barbalho foi uma medida preventiva para evitar o contágio pela Covid-19.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que no Pará duas empresas são responsáveis pelo fornecimento de oxigênio, White Martins e Air Liquide.
Somente a empresa White Martins produz atualmente 58 mil m3 por dia, quantidade suficiente para o abastecimento de todo o e
Já a prefeitura da cidade de Coari, no interior do Amazonas, confirmou nesta terça-feira (19), que sete pacientes internados morreram por falta de oxigênio. Segundo a nota publicada por meio da Secretaria Municipal de Saúde, estava prevista a chegada de 40 cilindros do insumo na segunda-feira (18), o que não aconteceu por falha de planejamento.
De acordo da prefeitura de Coari, a aeronave que levaria os tanques acabou viajando até o município de Tefé e não retornou, já que o aeroporto não aceita voos noturnos. No texto, a prefeitura afirma que a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) está lidando com a pandemia de forma irresponsável e prejudicando todo o planejamento realizado no interior.
Os 40 cilindros previstos para chegar na segunda-feira foram entregues às 07h desta terça-feira.
“Infelizmente, o Hospital Regional de Coari só tinha até 6h de oxigênio”, disse a prefeitura, lamentando as mortes no local. “A prefeitura se solidariza com as famílias enlutadas e informa que irá prestar todo o apoio necessário aqueles que perderam seus entes queridos nesta madrugada”, conclui.
Por meio de uma nota, a Secretaria de Estado de Saúde lamentou o ocorrido no município de Coari. “A SES-AM informa que, por opção do município, o sistema de saúde na cidade é independente, sendo a gestão plena da Prefeitura Municipal. Ainda assim, o Governo do Estado nunca se furtou de auxiliar a administração local, entre outras coisas, com o fornecimento de oxigênio”, diz.
O comunicado também afirma que Coari recebeu R$ 17,8 milhões entre repasses federais e estaduais para investimento em saúde em 2020.
“Somente do Governo do Estado, por meio do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas (FTI), foram R$ 2,3 milhões”, argumenta a secretaria, enfatizando que as entregas de cilindros de oxigênio seguem ocorrendo diariamente para os municípios do interior.
Colapso no Sistema de Saúde
Com a nova explosão de casos de Covid-19 no Amazonas, o estado vive o pior momento da pandemia, com colapso no sistema de saúde e falta de oxigênio para pacientes.
Na última quinta-feira (14), o estoque do insumo chegou a acabar nos hospitais de Manaus e pacientes morreram asfixiados, segundo o relato de médicos.
Conforme divulgou o jornal O Estado de S. Paulo, pelo menos desde o dia 23 de novembro, a Secretaria de Saúde do Amazonas sabia que a quantidade de oxigênio hospitalar disponível seria insuficiente para atender a alta demanda provocada pela pandemia de Covid-19.
A Sespa esclarece, ainda, que é responsabilidade das secretarias municipais de Saúde a manutenção de contratos e a aquisição do produto para abastecimento local.
Fonte: Agência Estado/Dom Total
Você precisa fazer login para comentar.