Religião

Pandemia do coronavírus deixa o mundo sem grandes celebrações de ano-novo

Pandemia do coronavírus deixa o mundo sem grandes celebrações de ano-novo.

Em casa, mundo assiste à passagem de um ano que será lembrado pelo medo e luto.

Iluminação natalina em árvore em Budapeste, na Hungria: desejo de um amanhã melhor

Iluminação natalina em árvore em Budapeste, na Hungria: desejo de um amanhã melhor (Attila Kisbenedek/AFP).

A população do planeta já começou a deixar para trás o ano de 2020, marcado principalmente pela pandemia do coronavírus e que obriga bilhões de pessoas a celebrarem a passagem para o Ano Novo em suas casas. As novas ondas da pandemia obrigam uma maioria a acompanhar os festejos do sofá de casa, após meses de restrições pela Covid-19, que deixou cerca de 1,8 milhão de mortos em todo mundo.

De Sydney a Roma, as pessoas assistirão a fogos de artifício e shows pela televisão, ou pela tela do computador – desde que as festividades não tenham sido canceladas.

O pequeno Arquipélago de Kiribati e as Ilhas Samoa no Pacífico foram, às 10h GMT (7h em Brasília), os primeiros a chegarem a 2021, enquanto as ilhas desabitadas de Howland e Baker terão de esperar mais 26 horas.

Embora, em grande parte, não tenham sido afetadas pela pandemia, as nações do Pacífico experimentarão uma nova forma de Ano Novo, devido ao fechamento de fronteiras, ao toque de recolher e ao confinamento.

No resort à beira-mar Taumeasina, cercada de palmeiras perto de Apia, capital de Samoa, Tuiataga Nathan Bucknall, que administra uma propriedade, orgulha-se de poder acomodar um número ilimitado de hóspedes. Devido ao estado de emergência em vigor, terá, porém, de “deixar de servir bebidas alcoólicas às 23h”.

Reuniões proibidas

Em Sydney, a maior cidade da Austrália, os famosos fogos de artifício do Ano Novo serão disparados sobre a baía, mas com a quase total ausência de espectadores após o surgimento de um recente surto de contágio, no norte da cidade, que soma em torno de 150 casos.

Com isso, as autoridades desistiram até da ideia de permitir que 5 mil pessoas que trabalham na linha de frente de combate à pandemia pudessem comparecer, para lhes agradecer por seus esforços. A maioria dos residentes terá de se contentar em acompanhar os fogos pela televisão na presença de, no máximo, cinco convidados.

Da mesma forma, os romanos vão assistir, da sala de casa, às festas no Circus Maximus, o estádio mais antigo da cidade. No programa, estão previstas duas horas de shows e a iluminação dos lugares mais emblemáticos da cidade.

A Itália, onde fotos de funerárias improvisadas e cuidadores exaustos alertaram o restante do planeta sobre a gravidade da crise, está sujeita a um confinamento de sua população até 7 de janeiro e a um toque de recolher a partir das 22h.

Do Brasil à Letônia, passando pela França, serão destacados policiais e soldados – em alguns casos – para garantir o cumprimento do toque de recolher e a proibição de reuniões.

TENHA UMA…

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“Esperança”

Em Londres, cidade gravemente afetada pela pandemia, a cantora norte-americana Patti Smith, de 74 anos, fará um show ao vivo, em homenagem aos cuidadores do NHS, o sistema público de saúde do Reino Unido, que morreram de Covid-19. Será transmitido ao vivo na tela de Piccadilly Circus e transmitido pelo YouTube.

A Nova Zelândia, onde há apenas algumas restrições, é um dos únicos lugares do planeta onde as pessoas podem celebrar a virada para 2021, sem a mediação de uma tela, e podem até assistir a shows de fogos de artifício.

Em Dubai, espera-se que milhares de pessoas vejam a queima de fogos de artifício e show de iluminação a laser na Burj Khalifa, a torre mais alta do mundo – apesar dos novos casos. Todas as pessoas devem usar máscara, ou se registrar com um código QR.

Em Beirute, uma cidade que ainda se recupera da explosão mortal e devastadora de 4 de agosto passado no porto, as autoridades também flexibilizaram as medidas.

O toque de recolher agora é a partir das 3 da manhã. Bares, restaurantes e boates reabriram, e grandes festas de fim de ano foram organizadas.

As redes sociais estão repletas de fotos e vídeos de clubes e restaurantes lotados, o que está levando as autoridades locais a considerarem um novo confinamento após as festas.

No mundo todo, teme-se um amanhã difícil. No Brasil, segundo país mais afetado do mundo, os médicos também temem uma nova onda. Vídeos de pessoas sem máscara circulam nas redes sociais, e as emissoras de televisão veiculam imagens de policiais fechando bares cheios de clientes.

Em suas saudações de ano-novo, a chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu que essa crise “histórica” do coronavírus continuará até 2021, mesmo que a vacina tenha trazido “esperança”.

Fonte: AFP/Dom Total

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