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Gelo seco é saída para armazenar vacina

Gelo seco é saída para armazenar vacina da Pfizer que chegará ao Brasil em março.

Governo brasileiro ainda precisa acertar compra do imunizante, um dos mais promissores.

Corrida mundial em busca da vacina continua

Corrida mundial em busca da vacina continua (Mário Tama/AFP)

A vacina desenvolvida pela Pfeizer/BioNTech contra a covid-19 pode estar disponível já para uso no Brasil no primeiro trimestre de 2021, segundo o presidente da farmacêutica no país, Carlos Murillo, desde que o governo brasileiro decida importar o imunizante. Em resultados preliminares do ensaio clínico de fase 3 dos testes, o produto revelou eficácia de 90% – bem acima do esperado.

Murillo, que participou de evento na Academia Nacional de Medicina nessa quinta-feira (12), contou que as negociações com o governo brasileiro estão avançadas. Em nota, o Ministério da Saúde informou apenas que “todas as vacinas com estudos avançados no mundo” estão sendo analisadas, inclusive a da Pfizer.

Segundo Murillo, a empresa apresentou solução parcial para o problema logístico de armazenamento e distribuição da vacina. O imunizante demanda armazenamento a temperaturas de – 70 graus Celsius, o que poderia inviabilizar o uso desta vacina no país.

O executivo disse que já foi apresentada ao governo uma embalagem especial, com gelo seco, capaz de manter o imunizante na temperatura correta por 15 dias. Após o descongelamento, o produto se mantém estável por mais cinco dias em refrigeradores comuns.

“Ou seja, do momento em que o produto chega ao país até ser aplicado seriam 20 dias”, disse Murillo. “Não é simples, não resolve toda a logística, mas muda muito o esquema de pensar em ter um freezer de baixas temperaturas em cada centro de vacinação.”

O ministério ainda informou que ” toda a rede de frio do Brasil dispõe de equipamentos para armazenamento de vacinas a -20°C, com exceção da instância local – as salas de vacinas e onde o armazenamento se dá na faixa de controle de +2°C a +8°C.” Hoje, acrescenta a pasta, o padrão mundial é “de armazenamento entre +2°C e +8°C”.

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Alternativa é interessante

Para o virologista da UFMG Flávio Fonseca, a alternativa é interessante, mas há ressalvas. “A priori, a ideia é boa, porque o gelo seco tem a capacidade de armazenar a uma temperatura de até – 96°C por um período de tempo. Só que evapora muito rápido, você tem de repor para manter a temperatura baixa por mais tempo.” Outra preocupação, diz, é encarecer a vacina.

O presidente da Pfeizer disse que a empresa investiu US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,9 bilhões) no desenvolvimento da nova vacina. A farmacêutica não revelou os preços que cobrará por cada dose, mas Murillo afirmou que a empresa está praticando três valores: um para EUA e Europa, outro para países em desenvolvimento como o Brasil e um terceiro para nações subdesenvolvidas.

Inicialmente, a produção do imunizante da Pfizer será totalmente concentrada em três fábricas nos Estados Unidos e outras duas na Alemanha. Serão 50 milhões de doses até o fim deste ano e 1,3 bilhão ao longo de todo o ano que vem. Em princípio, a vacina será aplicada em duas doses.

“A forma mais eficiente e mais rápida de que dispomos para oferecer o maior número de doses possível é concentrar essa produção nas cinco fábricas já adaptadas e com a devida infraestrutura para a fabricação dessa vacina”, explicou Murillo lembrando que o imunizante faz uso de uma tecnologia inédita. “Depois que a pandemia passar, vamos avaliar a transferência de tecnologia. Pessoalmente acredito que um país como o Brasil deve participar do desenvolvimento dessa nova plataforma vacinal.”

Oxford

O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Aurélio Krieger, que também participou do evento, confirmou que a perspectiva da instituição é produzir 200 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca em 2021.

As primeiras 30 milhões de doses já estarão disponíveis no fim de fevereiro para serem aplicadas assim que o registro do produto for liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O custo é de US$ 3,14 (cerca de R$ 17) por dose. Assim como a vacina da Pfizer, o imunizante de Oxford está na fase 3 de testes, em humanos, a mais avançada no desenvolvimento desse tipo de produto.

Segundo Krieger, essa produção nacional coloca o país no seleto grupo das regiões que mais vacinas per capita vão dispor no ano que vem, atrás de Reino Unido, Estados Unidos, União Europeia e Japão. Por meio do Programa Nacional de Imunizações, vacina, anualmente, 300 milhões de pessoas em todo o País, e dispõe de pelo menos 35 mil postos de vacinação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Agência Estado

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