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O corona e algumas reflexões necessárias

O corona e algumas reflexões necessárias.

O corona e algumas reflexões necessárias.
Será necessário encontrar algumas explicações adequadas.
É bem possível, e talvez até provável, que os dedos estejam sendo apontados na direção errada

Não podemos subestimar a gravidade da pandemia, tanto no que concerne às irreparáveis perdas humanas, como também ao gravíssimo impacto econômico e suas consequências humanas e sociais.
Mas muitos esclarecimentos se fazem ainda necessários para que possamos aprender adequadamente com as experiências e buscar melhores encaminhamentos e soluções para a situação atual e também para o futuro.
Para isso, é crucial compreendermos as características de letalidade da enfermidade, sobretudo em função de suas características de contágio muito rápido e aparentemente muito fácil.

Tragicamente, em muitos países, este assunto foi politizado trazendo imensos custos para suas populações.

Esta politização parece estar sendo ainda mais exacerbada em nosso país.
Entre diversas reflexões, podemos começar por questionamentos que já foram levantados pelos jornalistas Alexandre Garcia e Guilherme Fiuza.
O primeiro, com o respaldo de milhares de médicos e do próprio Conselho de Medicina procurou alertar, em campanha de conscientização da população e de governantes sobre a importância do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina nos estágios iniciais da doença.

Embora as evidências já existissem desde o início da pandemia, por exemplo, através de importantes empresas no ramo da saúde no país, dentre elas a Prevent, praticamente tudo foi feito, por interesses econômicos e sobretudo ideológicas, para tentar impedir a utilização do medicamento no país.

Em nenhum momento estamos dizendo que estes medicamentos curam o vírus, mas que podem ser, dependendo do organismo de cada pessoa, elementos de grande valor ao atenuar a progressão da doença em seus estágios iniciais.
Hoje, passados alguns meses e sem o devido reconhecimento da imprensa tradicional e tampouco de uma parte importante do espectro político, vemos até mesmo as autoridades chinesas reconhecerem em seus protocolos de combate à infecção a irrelevância destes medicamentos.

Aqui caberia ainda mais um ponto para reflexão.

Embora, o Brasil e a Índia possuam muitas características semelhantes, a evolução do número de mortes por habitantes na Índia tem sido menos da metade do que presenciamos no Brasil até agora.
Eu me lembro dos esforços do governo brasileiro no início da pandemia, em contato direto com o primeiro ministro Modi, para importar daquele país estes medicamentos dos quais são grandes produtores.
O fato é que lá este recurso fez parte dos protocolos de tratamento da população desde o início da pandemia.

Teria sido este um dos elementos determinantes da maior efetividade da Índia na redução do número de fatalidades entre os atingidos pela enfermidade?

No Brasil, o STF delegou aos estados e municípios as decisões locais e regionais para combater a doença.
Não sei dizer se na Índia aconteceu o mesmo e se isso também foi um fator determinante no índice de contaminações e mortes.
Isso precisa ser verificado através de investigações que se fazem prementes.

Por aqui, isto, infelizmente, alcança inclusive a esfera policial.

Independente disso é triste olharmos para trás e vermos os inúmeros equívocos cometidos ao longo destes últimos meses: desde prefeitos e governadores que mesmo com a pandemia em curso em outros países se recusaram a cancelar o carnaval e permitiram a entrada em massa de estrangeiros oriundos de regiões afetadas até as orientações de político idolatrado pela mídia tradicional que durante seu mandato como ministro da saúde recomendava que pessoas ficassem em casa até que sentissem falta de ar…

Precisamos também entender melhor a questão dos registros de óbitos nos cartórios brasileiros.

Ambos jornalistas acima mencionados têm colocado questões a respeito deste tema e, embora também seja importante, não estamos falando aqui de eventuais falsificações de registros sejam por questões “políticas” (para mim isto é outra coisa que não pode ser chamada de política) ou obtenção pelos estados e municipalidades de fundos federais adicionais. Isso são problemas policiais.
Estamos nos referindo à queda brusca de mortes por outras doenças neste período de pandemia.

No decorrer de uma longa série histórica não havia acontecido, nem de longe, um desvio de tal magnitude nos padrões anuais de mortes por outras enfermidades.
O que estamos observando são oscilações significativas e inconsistentes com “sólidos / consolidados” padrões estatísticos de médias e desvios padrão.
Aqui, no desafio para entender melhor esta situação, precisamos também fazer a distinção entre as pessoas que faleceram com Covid-19 e as que faleceram por causa do Covid-19, mesmo que em vários casos a correlação entre elas seja certamente inevitável.

Parte das mídias se apressaram em qualificar esta avaliação como fundamentada em premissas falsas (fake) sem, no entanto, fundamentar ainda a contra argumentação.

De toda forma, por mais que possam existir falhas, se não pudermos confiar minimamente nos dados de registro civil distribuídos por cartórios localizados em todo o país, então algo novo e também muito sério, além da própria tragédia da doença em si mesma, deve estar acontecendo e precisará ser investigado.

Inicialmente, quem levantou esta questão de forma mais explícita / transparente foi o jornalista Alexandre Garcia.

Há mais ou menos uma semana o jornalista Guilherme Fiuza apresentou, como exemplo, os seguintes números deste ano de 2020 que parecem indicar uma possibilidade de algum problema estatístico se comparados com os números do ano de 2019 no período equivalente ao da pandemia:

Pneumonia: Cerca de 34 mil mortes a mais em 2019 se comparadas com 2020.

Infarto: Cerca de 9 mil e quatrocentas mortes a mais em 2019 se comparadas com 2020.

AVC: Cerca de 5 mil e 400 mortes a mais em 2019 se comparadas com 2020.

Insuficiência respiratória: Cerca de 4 mil e quinhentas mortes a mais em 2019 se comparadas com 2020.

Septicemia: Cerca de 16 mil e oitocentas mortes a mais em 2019 se comparadas com 2020.

No total, assumindo que os números e o raciocínio estejam corretos, tivemos no ano passado cerca de 70 mil mortes a mais no ano passado causadas por estas enfermidades do que no ano de 2020 no mesmo período de ocorrência da Covid-19. Evidentemente precisamos encontrar uma explicação adequada para isso.

Em outros países, como o Reino Unido, estatísticas estão sendo revistas.

Isto precisa ser tratado com transparência e competência pelos especialistas para, como bem sumariza Fiuza, “não para minimizar o problema, mas para conhece-lo melhor”.
Se quisermos de fato cuidar deste flagelo adequadamente devemos, sem pré-conceitos e sem pré-juízos, analisar os mais de 100 mil mortos comunicados ao registro civil e atribuídos a Covid-19 procurando compreender concomitante as 70 mil mortes a menos de um ano para o outro apenas nas doenças acima citadas.

Finalmente, seria muito bom se o nosso raciocínio estiver correto porque se os números de mortes por Covid-19 não for menor do que o inicialmente estimado e as nossas premissas comparativas entre os números do Brasil e da Índia estiverem corretos, então estaremos tragicamente constatando que, mesmo que somente no futuro e por constatação de evidências históricas, muitos teriam de ser (ou teriam de ter sido) responsabilizados pelo agravamento das fatalidades causadas pela pandemia no país.
E é bem possível, e talvez até provável, que os dedos estejam sendo apontados pela grande mídia e muitos outros na direção errada.

Os textos expressos nesta seção não necessariamente representam a opinião do Dom Total
Fonte: Domtotal
*Professor da EMGE (Escola de Engenharia e Computação)

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