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Brasil testa menos Covid-19 que o Equador

Brasil está entre os países que menos testam para coronavírus no mundo.

O Brasil é o país está muito atrás do número de nações desenvolvidas e até do Equador.

A subnotificação é um dos problemas apontados por especialistas no combate ao novo coronavírus no Brasil, que não tem capacidade de testar em massa.
O biólogo Átila Iamarino revelou nesta semana que o país faz 0,3% testes por mil habitantes.

“Essa proporção coloca a gente, tranquilamente, entre os países que estão testando menos as pessoas”, disse em live no Youtube.

De acordo com ele, que é pós-doutor pela USP e Yale, o especialista em vírus e em epidemias, a Itália chegou a 16 testes por mil habitantes.

A Coreia do Sul tem dez testes por mil habitantes, os Estados Unidos chegaram a oito e o Equador faz um teste para cada mil moradores.

Brasil testa menos que o Equador.

Uma projeção do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) mostra que os registros oficiais de coronavírus no Brasil representam apenas 8% do número real de casos, de acordo com.

Os índices verdadeiros seriam até 12 vezes superiores ao divulgado pelo Ministério da Saúde e poderiam já estar beirando os 300 mil.

Outra dado reforça a subnotificação: o número de registros de mortes por insuficiência respiratória e pneumonia no Brasil teve um salto em março, contrariando tendência de queda que vinha sendo observada nos meses de janeiro e fevereiro.
Foram 2.239 mortes a mais em março de 2020 do que no mesmo período de 2019, o que levanta a suspeita de que vítimas do coronavírus podem ter entrado nas estatísticas de outros problemas respiratórios.

“Muitos óbitos não são contado como Covid-19 ainda porque os testes estão represados”, alerta o biólogo.

Os dados são do sistema de cartórios de registro civil e foram divulgados pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).
De acordo com levantamento feito pela reportagem na plataforma da entidade, o número de óbitos registrados em março por esses problemas respiratórios teve alta de 8,15% no país em relação ao mesmo mês de 2019.
Em janeiro e fevereiro, as ocorrências haviam recuado 2,59% e 4,19%, respectivamente, em comparação com os mesmos períodos do ano anterior.

PUC – Brasil

O estudo da PUC-Rio mostra que o percentual de notificações está ainda mais baixo do que a média nacional em São Paulo (6,5%) e no Rio de Janeiro (7,2%) – os dois estados que reúnem a grande maioria dos casos do novo coronavírus.
De acordo com a nota técnica, “o elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença e, consequentemente, levar ao declínio da implementação de ações de contenção, como o isolamento horizontal”.

O objetivo dos pesquisadores é, justamente, alertar para a importância da testagem em massa e do fornecimento de dados mais consistentes.

“O principal problema da subnotificação é que as pessoas que possuem o vírus.mas não foram testadas podem eventualmente ter um relaxamento maior no isolamento social”, afirmou o pesquisador do Nois Marcelo Prado, engenheiro da Biz Capital.

“À medida que a subnotificação aumenta, um número maior de pessoas pode relaxar na questão do isolamento social e, com isso, aumentar as taxas de contágio da doença.”

Fonte: DomTotal

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