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Irmã Dulce dos pobres foi canonizada

Em canonização de Irmã Dulce, papa diz que cristão não deve ser um ‘ostentador’

Irmã Dulce dos pobres foi canonizada neste domingo (13), no Vaticano, em missa presidida por Papa Francisco.

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Papa Francisco declarou novos cinco santos da Igreja Católica neste domingo (13), no Vaticano. Foto (Mirticeli Medeiros)

Por Mirticeli Medeiros*
Repórter especial

Cidade do Vaticano – Após o rito oficial de canonização, Irmã Dulce dos Pobres se tornou santa pela Igreja Católica.
A baiana, natural de Salvador, é a primeira santa nascida no Brasil.
O reconhecimento oficial da Igreja aconteceu durante missa presidida por Papa Francisco neste domingo (13), no Vaticano.

Citando John Henry Newman, o cardeal inglês canonizado com Dulce e outros três santos neste domingo, o papa disse que “o comportamento do cristão deve estar longe de qualquer ostentação” de modo que ele “possa ser reconhecido como uma pessoa comum”.

O vice-presidente da república, Hamilton Mourão, participou da celebração junto com a sua comitiva, composta por 30 pessoas, entre elas os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), o procurador-geral da república, Augusto Aras e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

Ao final da missa, durante a tradicional oração mariana do Ângelus, o pontífice saudou todas as delegações dos países dos santos canonizados hoje.

Ele citou a presença do príncipe de Gales, Charles Windsor, que representou o reino da Inglaterra por causa da canonização do cardeal inglês John Henry Newman e o presidente da Itália, Sergio Matarella, que participou da cerimônia por causa do reconhecimento da santa italiana Giuseppina Vannini.  Entretanto,  Mourão não foi mencionado.

Para os brasileiros, a data é bastante significativa, já que acontece um dia depois da festa de Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro. E coincide com o sínodo dos bispos da Amazônia, que se realiza no Vaticano até o dia 27.
O projeto Mawako, que desenvolve um trabalho social junto à comunidade mais indígena do Brasil, São Gabriel da Cachoeira (AM), está em Roma esses dias por causa da assembleia de bispos.

Os membros da equipe aproveitaram a ocasião para participar da canonização da santa brasileira.

Eles falaram da emoção de ver reconhecida uma mulher que dedicou sua vida aos mais pobres, em um momento no qual a igreja volta seu olhar para os povos marginalizados da Amazônia.
“Estamos atentos à situação dos mais pobres e dos mais afetados.
Afinal, Irmã Dulce tinha esse cuidado.
E não poderíamos deixar de participar desse momento já que a nossa causa era muito semelhante à dela: cuidar dos excluídos e miseráveis”, disse Diego Amorim, assessor do grupo.

O processo rumo à canonização

O processo de beatificação e canonização de Irmã Dulce foi bastante rápido.
Ela, que morreu em 1992, foi beatificada em 2011, após o reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão – critério usado pelo catolicismo para o reconhecimento da santidade de uma pessoa.
Dessa forma, temos o exemplo da sergipana de Itabaiana, Claudia Cristina dos Santos, que já havia sido desenganada pelos médicos, foi curada de uma hemorragia.

Assim sendo, para a canonização, a santidade de Dulce foi atestada através da cura de um cego.
Desde o ano 2000, José Maurício de Moreira tinha uma inflamação no nervo ótico que era irreversível e o impedia de enxergar.
Em 2014, ele pôs uma imagem de Irmã Dulce sobre os olhos e recuperou a visão.

*Mirticeli Dias de Medeiros é jornalista e mestre em História da Igreja pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Desde 2009, cobre primordialmente o Vaticano para meios de comunicação no Brasil e na Itália, sendo uma das poucas jornalistas brasileiras credenciadas como vaticanista junto à Sala de Imprensa da Santa Sé.

Fonte: Dom Total

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