Nesse sentido, vemos que a alegria contagiante do perdão…
Assim sendo, viver o verdadeiro perdão é reconhecermos que a conversão do outro é também parte de nosso viver.
O Senhor disse a Josué: “Hoje tirei de cima de vós o opróbrio do Egito. E deu-se àquele lugar o nome de Gálgala, nome que subsiste ainda”.
Os israelitas acamparam em Gálgala, e celebraram a Páscoa no décimo quarto dia do mês, pela tarde, na planície de Jericó.
No dia seguinte à Páscoa comeram os produtos da região, pães sem fermento e trigo tostado.
E o maná cessou (de cair) no dia seguinte àquele em que comeram os produtos da terra.
Os israelitas não tiveram mais o maná. Naquele ano alimentaram-se da colheita da terra de Canaã.
Palavra do Senhor.
Pois, quase sempre a nossa capacidade de perdoar não corresponde com dureza de coração do outro.
Salmo Responsorial 33/34
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!
Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.
Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.
Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.
Leitura (2 Coríntios 5,17-21)
Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!
Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou consigo, por Cristo, e nos confiou o ministério desta reconciliação.
Porque é Deus que, em Cristo, reconciliava consigo o mundo, não levando mais em conta os pecados dos homens, e pôs em nossos lábios a mensagem da reconciliação.
Portanto, desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de Cristo, e é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio. Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!
Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus.
Palavra do Senhor.
Vou levantar-me e vou a meu pai e lhe direi: Meu pai, eu pequei contra o céu e contra ti (Lc 15,18).
Evangelho (Lucas 15,1-3.11-32)
Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-lo.
Os fariseus e os escribas murmuravam: Este homem recebe e come com pessoas de má vida!
Então lhes propôs a seguinte parábola:
“Um homem tinha dois filhos.
O mais moço disse a seu pai: ‘Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai então repartiu entre eles os haveres.
Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente.
Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria.
Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos.
Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
Entrou então em si e refletiu: ‘Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância e eu, aqui, estou a morrer de fome!’
Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.
Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
O filho lhe disse, então: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’.
Espírito de conversão, dá-me a graça de superar meu modo mesquinho de pensar
Mas o pai falou aos servos: ‘Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés.
Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa.
Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa’.
O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia.
Ele lhe explicou: ‘Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo’.
Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele.
Ele, então, respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos.
E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo!’
Explicou-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.
Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado’”.
Palavra da Salvação.
Perdão que nos ensina a viver nossa fé e nos aproximar mais de Deus.
Na liturgia deste IV Domingo da Quaresma somos motivados de forma ainda mais forte a vivermos mais e mais a alegria do perdão, quer seja em nossa vida ou não.
Por isso, no evangelho Jesus nos mostra como ensinamento, o contraste entre a misericórdia do pai que recebe o filho arrependido e a mesquinhez do filho mais velho.
Nesse sentido, vemos que a alegria contagiante de um choca-se com a irritação do outro. E é realmente assim que acontece em nossa vida.
Pois, quase sempre a nossa capacidade de perdoar não corresponde com dureza de coração do outro.
Ou então, a largueza de visão, mesmo se reconhecendo pecador não bate com o egoísmo do outro.
Dessa forma, essa parábola do pai cheio de amor – Deus – é uma aberta denúncia ao determinado tipo de cristãos que dizemos ser vivendo o perdão.
Cristãos que fechados na segurança de sua vida devota, acabam por cultivar atitudes contrárias ao modo de ser divino e mesmo de viver o verdadeiro perdão.
Diante disso, vemos claramente a incapacidade de se alegrar com a conversão dos pecadores que buscaram construir uma nova vida baseada agora na misericórdia e no perdão.
Assim sendo, viver o verdadeiro perdão é reconhecermos que a conversão do outro é também parte de nosso viver.
Pois, de nada adianta estamos próximos fisicamente de nossa fé se não reconhecemos que muitas vezes devemos também buscar o caminho de volta para a casa paterna através da porta misericordiosa da conversão que se abre na ação do perdão.
Oração
Espírito de conversão, dá-me a graça de superar meu modo mesquinho de pensar, o qual me impede de estar em sintonia com o Pai.
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