Migração: Bispos dos EUA abertos ao diálogo com o governo Trump.
Em entrevista à emissora de televisão italiana TV2000, o presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos contesta alegações feitas por autoridades do governo Trump e pede reformas na política de migração dos EUA.
Os bispos dos EUA continuam a responder a sugestões de que a Igreja nos Estados Unidos está mais preocupada com “seus resultados financeiros” do que com uma preocupação genuína com os migrantes.
Na semana passada, o recém-empossado vice-presidente JD Vance, um católico praticante, questionou publicamente se os bispos estão mais preocupados com o financiamento que a Igreja recebe do governo federal do que com “preocupações humanitárias”.
A insinuação provocou uma resposta contundente da USCCB, que destacou a “longa história da Igreja de servir refugiados” em fidelidade aos ensinamentos de Jesus.
Programa de Admissão de Refugiados dos EUA (USRAP)
“Em 1980, os bispos dos Estados Unidos começaram a fazer parceria com o governo federal para realizar esse serviço quando o Congresso criou o Programa de Admissão de Refugiados dos EUA (USRAP)”, explicou a declaração, acrescentando: “Toda pessoa reassentada pelo USRAP é examinada e aprovada para o programa pelo governo federal enquanto estiver fora dos Estados Unidos”.
A declaração observou que o financiamento do governo dos EUA “não é suficiente para cobrir o custo desses programas”, que, no entanto, continuam sendo “uma obra de misericórdia e ministério da Igreja”.
Arcebispo Timothy Broglio
Presidente da USCCB responde a alegações
Essa declaração foi repetida pelo presidente da conferência episcopal dos EUA, o arcebispo Timothy Broglio, que insistiu: “Gastamos mais do que recebemos com os pobres”.
Em uma entrevista transmitida pela emissora de televisão italiana TV200, o Arcebispo Broglio disse que a Conferência foi atingida por ataques de autoridades de Trump “porque eles não são verdadeiros”. “As palavras usadas são falsas”, ele disse, “e decidimos responder de uma maneira muito casta, sem entrar na substância dos discursos, mas dizendo a verdade”.
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O Arcebispo observou que a Igreja sempre insistiu no respeito às leis, mas explicou que, em circunstâncias concretas, a Igreja tem que ajudar os necessitados, mesmo que tenham entrado ilegalmente no país. “Devemos ajudá-los, porque é o próprio Cristo que nos pede para fazer isso.”
O Arcebispo enfatizou a necessidade de responder àqueles que têm dificuldades com o trabalho dos bispos com migrantes e refugiados, e insistiu na importância de continuar as negociações com o Congresso para reformar a lei de migração. “Nós quase todos concordamos que ela precisa ser mudada”, ele disse.
“Estamos dispostos a dialogar”, continuou o Arcebispo Broglio, acrescentando, “Também pedimos a possibilidade de nos encontrarmos com o presidente ou o vice-presidente para conversar, não na mídia, mas cara a cara. Dessa forma, acredito que podemos tentar nos entender e seguir em frente.”
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Fonte: Por Christopher Wells