Francisco pede ao mundo que evite um desastre nuclear na Ucrânia
Vários países expressaram seus temores sobre a possibilidade de um desastre na maior usina nuclear da Europa
• Papa Francisco abençoa fiéis durante a audiência geral semanal na sala Paulo-VI no Vaticano, em 24 de agosto de 2022 | Filippo MONTEFORTE/AFP
O papa Francisco pediu, nesta quarta-feira (24), ao mundo que “evite o risco de um desastre nuclear” na Ucrânia e reiterou que a “guerra é uma loucura” após seis meses do início da invasão russa a esse país.
“Renovo meu convite a implorar a paz do Senhor para o querido povo ucraniano, que há seis meses sofre o horror da guerra”, disse Francisco durante a tradicional audiência geral das quartas-feiras no Vaticano.
Em sua mensagem, pediu “que sejam tomadas medidas concretas para acabar com a guerra e evitar o risco de um desastre nuclear em Zaporizhzhia”, insistiu.
“Penso em tanta crueldade, em tantas pessoas inocentes que estão pagando pela loucura, pela loucura de todos os lados, porque a guerra é uma loucura”, afirmou.
Vários países expressaram seus temores sobre a possibilidade de um desastre na maior usina nuclear da Europa, ocupada desde o início de março pelo exército russo e alvo de bombardeios recorrentes.
“Penso na pobre menina a quem explodiu uma bomba debaixo do banco de um carro em Moscou. Os inocentes pagam pela guerra, os inocentes!”, lamentou o papa, referindo-se à morte de Daria Dugina, jornalista e cientista política de 29 anos, filha do considerado ideólogo do presidente russo Vladimir Putin, Aleksandr Dugin.
O papa também chamou a atenção para os dramas deixados pela guerra e mais uma vez condenou aqueles que vendem armas.
“Penso nas crianças. Tantos mortos e tantos refugiados. Tantos feridos. Tantas crianças ucranianas e russas ficaram órfãs. Os órfãos não têm nacionalidade: perderam um pai ou uma mãe”, disse ele.
“Aqueles que lucram com a guerra (…) são criminosos que assassinam a humanidade”, sublinhou o papa, que em várias ocasiões condenou a chamada “terceira guerra mundial em pedaços” ao se referir aos inúmeros conflitos e em particular à Síria e ao Iêmen.