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Papa Francisco viaja a Malta com migrantes

Papa viaja a Malta com migrantes no centro de sua mensagem

Francisco, de 85 anos, é o terceiro pontífice, depois de João Paulo II e Bento XVI, a visitar a ilha mediterrânea, onde o catolicismo é a religião oficial

O papa Francisco junto com o dom Luis María Rodrigo Ewart no Vaticano, em 30 de março de 2022 (AFP)

O papa Francisco parte no sábado para uma viagem de dois dias à ilha de Malta, onde voltará a colocar a situação dos migrantes no centro de sua mensagem, em uma viagem em que a guerra na Ucrânia fica em segundo plano.

Francisco, de 85 anos, é o terceiro pontífice, depois de João Paulo II e Bento XVI, a visitar a ilha mediterrânea, onde o catolicismo é a religião oficial, praticada por 85% de seus 516 mil habitantes, e o aborto é considerado crime.

O pontífice argentino lembrou na quarta-feira que vai rezar na gruta onde São Paulo viveu por três meses, por volta do ano 60 d.C, após o naufrágio do navio que o levava a Roma para ser julgado, segundo a tradição cristã.

“Malta é um lugar simbólico em vários sentidos, é o centro de gravidade do Mediterrâneo, é o teatro da atual tragédia migratória e ao mesmo tempo foi o local onde São Paulo naufragou, o que tem um forte simbolismo religioso”, explicou à AFP Bernard Valero, ex-diplomata e especialista do mundo mediterrâneo.

Durante a visita a Malta, que foi adiada várias vezes, o papa fará um apelo de solidariedade aos migrantes, de um país que vive com pressão migratória, pois é uma importante porta de entrada para a Europa para quem atravessa o Mediterrâneo fugindo das guerras e da fome.

Além da questão da migração, o papa planeja falar sobre as consequências do conflito na Ucrânia e os milhões de ucranianos que tiveram que fugir de seu país devido à invasão russa, um fluxo de refugiados que a Europa não experimentava desde a Segunda Guerra Mundial.

Nas ruas e estradas de Malta, brilha o rosto sorridente do Santo Padre, enquanto os cartazes eleitorais afixados para as eleições da semana passada, nas quais o governo trabalhista foi reeleito, foram rapidamente removidos.

A ex-colônia britânica, independente desde 1964, conhecida por ser um paraíso fiscal, também foi protagonista de denúncias de corrupção, revividas pelo assassinato em 2017 da jornalista Daphne Caruana Galizia, que investigava uma rede internacional de lavagem de dinheiro, um crime que chocou o país e o mundo.

Francisco, um grande defensor dos migrantes, que em várias ocasiões lamentou que o Mediterrâneo tenha se tornado um “cemitério” para aqueles que arriscam suas vidas por um futuro melhor, completa assim uma espécie de turnê que incluiu Chipre e Grécia em dezembro passado.

O pontífice visitará Valeta, Rabat, Floriana e no sábado irá de catamarã para a ilha de Gozo, onde rezará no Santuário Nacional Ta’ Pinu, onde as procissões da Semana Santa e as festas religiosas estão profundamente enraizadas.

No domingo, Francisco visitará a gruta de São Paulo, padroeiro da ilha, e celebrará a missa e o Angelus em Floriana, perto de Valeta, diante de cerca de 10.000 fiéis.

Antes de partir para Roma, o pontífice visitará os migrantes que moram no centro de acolhimento Hal Far (sul), fundado por frei Dionísio Mintoff, onde residem cinquenta jovens de vários países africanos.

“Tenho certeza de que lançará uma mensagem universal”, prevê o religioso, que recebe migrantes e refugiados que chegaram em barcaças da África, especialmente do Sudão, Bangladesh e Eritreia.

Esta é a 36ª viagem ao exterior do pontífice argentino desde sua eleição em 2013 e a primeira em 2022. Este ano, ele deve visitar a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul no início de julho.

AFP

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