Ao longo da nossa jornada de vida, enfrentamos inúmeras situações desafiadoras que, frequentemente, nos causam sofrimento. É nesses momentos, quando sentimos o peso de nossas dificuldades, que procuramos consolo e esperança.
Assim, para que possamos abraçar esses desafios, Jesus nos deu Sua Mãe Santíssima, que nos apresenta Seu Imaculado Coração. Nesse coração, encontramos a estabilidade, a força e a segurança de uma mãe sempre pronta a ouvir e atender às necessidades de seus filhos, especialmente nos momentos mais difíceis.
Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja
Maria nos revelou em Fátima que o seu Imaculado Coração está tão intimamente unido ao de Jesus que quase se confundem. A liturgia reflete essa união, celebrando a festa do Imaculado Coração de Maria no sábado seguinte à sexta-feira do Sagrado Coração de Jesus.
Somos chamados a cultivar um coração semelhante ao de Jesus, e Maria nos guia nesse caminho através das lições suaves que aprendemos de seu Imaculado Coração. Com sua ação e presença materna, ela busca incessantemente que nos tornemos outros Cristos.
A Origem da Devoção
A devoção ao Imaculado Coração de Maria remonta aos primórdios da Igreja e tem suas raízes nas Sagradas Escrituras. No Evangelho de São Lucas, vemos Maria “conservando todas essas palavras, meditando-as no seu coração” (Lc 2, 19 e Lc 2, 48-51).
Ao longo dos séculos, essa devoção cresceu, conquistando muitos devotos. Entre eles, destaca-se São João Eudes, que, em 1648, obteve a aprovação para celebrar a festa do Imaculado Coração de Maria na diocese de Autun, França. Em 1805, o Papa Pio VII autorizou a celebração da festa em todas as dioceses e congregações religiosas. Posteriormente, em 1855, o Papa Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios do Imaculado Coração de Maria. No século XX, o Papa Pio XII consagrou a Igreja e toda a humanidade ao Imaculado Coração de Maria.
A Prática da Devoção
A devoção dos primeiros sábados foi promovida pelo Papa São Pio X em 1905, que concedeu indulgências plenárias àqueles que, no primeiro sábado de cada mês, se confessassem, comungassem e realizassem exercícios devocionais em honra da Virgem Maria.
Em 1917, durante uma das aparições de Nossa Senhora em Fátima, os pastorinhos viram o Imaculado Coração de Maria cercado de espinhos, simbolizando a importância da intenção reparadora para apaziguar a ira divina. Este evento revitalizou e deu novo impulso à devoção dos primeiros sábados.
Para praticar essa devoção, os fiéis devem realizar quatro atos de piedade: confissão, oração do Terço, quinze minutos de meditação dos mistérios do Rosário e comunhão, sempre com a intenção de reparar as ofensas contra o Imaculado Coração. Esta prática visa unir os fiéis mais profundamente a Deus, promover a oração, os sacramentos e a conversão, conduzindo sempre ao encontro com Deus através de Maria.
Que esta reflexão nos inspire a contemplar e amar o Coração de Nossa Santa Mãe, que nos ama e deseja que tenhamos um coração semelhante ao de seu Filho Jesus.