Liturgia Diária 20 – SEXTA-FEIRA
28ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Senhor, se levardes em conta as nossas faltas, quem poderá subsistir? Mas em vós encontra-se o perdão, Deus de Israel (Sl 129,3s).
Nosso pai na fé, Abraão, foi considerado justo não por ter realizado obras, mas porque acreditou em Deus. Não são nossas boas obras que desencadeiam o amor de Deus por nós: ele nos ama primeiro, de modo generoso e gratuito, e espera nossa resposta de fé clara, corajosa e cheia de amor.
A liturgia nos anima a crer em Cristo
Primeira Leitura: Romanos 4,1-8
Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 1que vantagem diremos ter obtido Abraão, nosso pai segundo a carne? 2Pois se Abraão se tornou justo em virtude das obras, está aí seu motivo de glória… mas não perante Deus! 3Com efeito, o que diz a Escritura?
“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça”. 4Ora, para quem faz um trabalho, o salário não é creditado como um presente gratuito, mas como uma dívida. 5Porém, para a pessoa que, em vez de fazer um trabalho, crê naquele que torna justo o ímpio, a sua fé lhe é creditada como atestado de justiça. 6É assim que Davi declara feliz o homem a quem Deus credita a justiça independentemente das obras: 7“Felizes aqueles cujas transgressões foram remidas e cujos pecados foram perdoados; 8feliz o homem do qual Deus não leva em conta o pecado”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 31(32)
Vós sois para mim proteção e refúgio, / eu canto bem alto a vossa salvação.
1. Feliz o homem que foi perdoado / e cuja falta já foi encoberta! / Feliz o homem a quem o Senhor † não olha mais como sendo culpado / e em cuja alma não há falsidade! – R.
2. Eu confessei, afinal, meu pecado / e minha falta vos fiz conhecer. / Disse: “Eu irei confessar meu pecado!” / E perdoastes, Senhor, minha falta. – R.
3. Regozijai-vos, ó justos, em Deus † e no Senhor exultai de alegria! / Corações retos, cantai jubilosos! – R.
Evangelho: Lucas 12,1-7
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, / da mesma forma que em vós nós esperamos! (Sl 32,22) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1milhares de pessoas se reuniram, a ponto de uns pisarem os outros. Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. 3Portanto, tudo o que tiverdes dito na escuridão será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado ao pé do ouvido, no quarto, será proclamado sobre os telhados.
4Pois bem, meus amigos, eu vos digo, não tenhais medo daqueles que matam o corpo, não podendo fazer mais do que isso. 5Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de tirar a vida, tem o poder de lançar-vos no inferno. Sim, eu vos digo, a esse temei. 6Não se vendem cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. 7Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”. – Palavra da salvação.
Reflexão:
Jesus denuncia os fariseus porque fazem da observância da Lei o trampolim para obter privilégios. Eles se consideram os puros, os santos. Em vez de servirem ao povo, servem-se do povo, para conservar sua posição social. Este é o “fermento” dos fariseus; esta é a influência maléfica que pode infiltrar-se também no seio da comunidade cristã. Diante disso, os discípulos devem partilhar o que aprenderam do Mestre. Mas, cuidado: qualquer hipocrisia, na fala e no testemunho, se revelará um dia. Máscaras serão arrancadas.
Os discípulos, aqui chamados de “amigos”, são exortados a não temer (no tempo da perseguição), mas ter a coragem de confessar publicamente Jesus.
Sendo assim, o Pai cuida de todos e está presente em todas as circunstâncias. Se Deus cuida de pássaros indefesos, terá muito mais zelo pelos que seguem o seu Filho.