Liturgia Diária 7 – DOMINGO
5º DA PÁSCOA
Cantai ao Senhor um canto novo, porque ele fez maravilhas e revelou sua justiça diante das nações, aleluia! (Sl 97,1s)
Com a disposição de viver como fiéis servidores da Palavra e do Reino, reunimo-nos para oferecer, por meio de Cristo, um sacrifício agradável a Deus. O Senhor ressuscitado, que celebramos nesta Eucaristia, apresenta-se à nossa comunidade como o caminho que conduz ao Pai, a verdade que liberta e a vida plena que se doa a toda a humanidade.
Creia em Jesus e serás capz de tudo
Primeira Leitura: Atos 6,1-7
Leitura dos Atos dos Apóstolos – 1Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário. 2Então os doze apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. 3Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. 4Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. 5A proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um grego que seguia a religião dos judeus. 6Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. 7Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 32(33)
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, / da mesma forma que em vós nós esperamos!
1. Ó justos, alegrai-vos no Senhor! / Aos retos fica bem glorificá-lo. / Dai graças ao Senhor ao som da harpa, / na lira de dez cordas celebrai-o! – R.
2. Pois reta é a palavra do Senhor, / e tudo o que ele faz merece fé. / Deus ama o direito e a justiça, / transborda em toda a terra a sua graça. – R.
3. O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem / e que confiam, esperando em seu amor, / para da morte libertar as suas vidas / e alimentá-los quando é tempo de penúria. – R.
Segunda Leitura: 1 Pedro 2,4-9
Leitura da primeira carta de São Pedro – Caríssimos, 4aproximai-vos do Senhor, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e honrosa aos olhos de Deus. 5Do mesmo modo, também vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. 6Com efeito, nas Escrituras se lê: “Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e magnífica; quem nela confiar não será confundido”. 7A vós, portanto, que tendes fé, cabe a honra. Mas para os que não creem, “a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular, 8pedra de tropeço e rocha que faz cair”. Nela tropeçam os que não acolhem a Palavra; esse é o destino deles. 9Mas vós sois a raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o povo que ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa. – Palavra do Senhor.
Evangelho: João 14,1-12
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o caminho, a verdade e a vida. / Ninguém chega ao Pai senão por mim (Jo 14,6). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Felipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Felipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me, eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa dessas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que essas. Pois eu vou para o Pai”. – Palavra da salvação.
Reflexão:
O tempo pascal recorda a alegria da ressurreição de Jesus e nosso compromisso de anunciar e testemunhar essa experiência de fé. Com o passar dos domingos, a liturgia deixa os relatos de encontro com o Ressuscitado para proclamar a missão da Igreja nascente por força dessa experiência. A comunidade cristã crescia na pregação do Evangelho e em número de fiéis. Assim, a primeira leitura (At 6,1-7) apresenta esse crescimento entre os helenistas e a escolha dos sete servidores para auxiliar os discípulos no cuidado com os mais necessitados. Os Atos dos Apóstolos narram o início da comunidade de fé. Desde Pentecostes até o martírio de Paulo em Roma, o autor expõe o percurso da pregação do Evangelho, levada adiante pelos discípulos, e as maravilhas realizadas aonde a mensagem de Jesus chega.
Com oração e discernimento, a comunidade nascente consegue enfrentar os desafios que surgem e permanecer fiel à missão evangelizadora. O conflito não pode ser visto apenas como prejuízo, mas como oportunidade de crescimento, amadurecimento e expansão. Lidando assim com as adversidades, os primeiros seguidores de Jesus nos ensinam a encarar os desafios do presente.
2º Leitura – A passagem da primeira carta de Pedro (1Pd 2,4-9) caracteriza a Igreja como um templo formado por pedras vivas em torno da pedra angular, que é Cristo. Uma imagem rica de significado que expressa a relação entre os cristãos e Cristo.
Se, na primeira leitura, vimos a caracterização da Igreja como orante e servidora, na segunda leitura, a comunidade de fé é comparada com pedras vivas, edifício espiritual, sacerdócio santo e nação santa. A atenção da primeira leitura está no que se faz, e a da segunda no que a comunidade se torna pela fé em Cristo. A pertença ao povo de Deus significa uma tarefa missionária, a ser cumprida.
Evangelho (Jo 14,1-12)
No Evangelho, proclama-se um trecho do discurso de Jesus por ocasião da sua despedida dos discípulos (Jo 14,1-12). Os discípulos, perturbados com a proximidade da morte de Jesus, são consolados pela promessa de uma morada na casa do Pai. Para tanto, devem seguir o caminho, a verdade e a vida reveladora do Pai em sua existência humana.
Primeiramente, Jesus os consola por sua ausência, mas em seguida comunica que ele é o acesso ao Pai (caminho, verdade e vida), de tal forma que quem o vê, vê o Pai (Jo 14,9). Deus invisível se torna visível na existência humana de Jesus.
Por conseguinte, quem vive hoje segundo o Espírito de Deus reflete esse Deus revelado em Jesus, de modo a manifestar, por meio de ações, sua presença que aprenderam de Jesus deve se tornar prática cotidiana. Assim, a comunidade de fé constitui um grupo formado de seguidores que veem a Deus na humanidade de Jesus e buscam viver à sua maneira no mundo contemporâneo.
Quem acredita que a prática de Jesus é a atuação de Deus participará desse mesmo agir e fará até obras que excedem, quantitativamente, aquilo que Jesus, na sua limitação histórica, realizou. Agora ele volta ao Pai.
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