Liturgia Diária

Deus nos perdoa quando nós perdoamos

Liturgia Diária 14 – TERÇA-FEIRA

3ª SEMANA DA QUARESMA

Temos sede de Deus e sabemos o acolher em nossa vida?

Eu vos chamo, meu Deus, porque me atendeis; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).

Repletos de confiança no Senhor, que acolhe e “reconduz ao bom caminho os pecadores”, seja nossa esta profunda súplica em favor do seu povo: “Trata-nos segundo tua clemência e segundo tua imensa misericórdia”. Rezemos pelas necessidades de nossa nação.

Primeira Leitura: Daniel 3,25.34-43

Leitura da profecia de Daniel – Naqueles dias, 25Azarias parou e, de pé, começou a rezar; abrindo a boca no meio do fogo, disse: 34“Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos; por teu nome, não desfaças tua aliança 35nem retires de nós tua benevolência, por Abraão, teu amigo, por Isaac, teu servo, e por Israel, teu santo, 36aos quais prometeste multiplicar a descendência como estrelas do céu e como areia que está na beira do mar. 37Senhor, estamos hoje reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados; 38neste tempo estamos sem chefes, sem profetas, sem guia, não há holocausto nem sacrifício, não há oblação nem incenso, não há um lugar para oferecermos, em tua presença, as primícias e encontrarmos benevolência; 39mas, de alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros, 40e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se efetue hoje nosso sacrifício em tua presença, e tu faças que nós te sigamos até o fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança. 41De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; 42não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; 43liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 24(25)

Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

1. Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos / e fazei-me conhecer a vossa estrada! / Vossa verdade me oriente e me conduza, / porque sois o Deus da minha salvação. – R.

2. Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura / e a vossa compaixão, que são eternas! / De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia / e sois bondade sem limites, ó Senhor! – R.

3. O Senhor é piedade e retidão / e reconduz ao bom caminho os pecadores. / Ele dirige os humildes na justiça / e aos pobres ele ensina o seu caminho. – R.

Evangelho: Mateus 18,21-35

Jesus Cristo, sois bendito, / sois o ungido de Deus Pai!

Voltai ao Senhor, vosso Deus; / ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,12s). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Muito oportuna a pergunta de Pedro a Jesus sobre o perdão. A resposta vem imediatamente, sem deixar margem a dúvidas: é necessário perdoar todas as vezes que alguém nos ofende. Para ilustrar o ensinamento novo, Jesus conta a parábola dos dois devedores. E salienta a desproporção entre o perdão generoso que nos vem de Deus e o nosso perdão, muitas vezes mesquinho ou dado de má vontade. A parábola mostra também que Deus nos perdoa quando nós perdoamos. Ao perdoar alguém, abrimos o canal para que o perdão de Deus chegue até nós. Detalhe: não se trata de um perdão qualquer, da boca para fora. É necessário perdoar “de coração”. Todos somos pecadores e precisamos do perdão de Deus. Estamos dispostos a oferecer o perdão a quem nos ofendeu?

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