EUA vão eliminar plásticos de uso único em terrenos públicos até 2032
Plano deve proibir a venda e distribuição de sacolas e garrafas de plástico
Os Estados Unidos eliminarão dentro de uma década os plásticos de uso único em parques nacionais e outros espaços públicos, anunciou o governo do presidente Joe Biden nesta quarta-feira (8), Dia Mundial dos Oceanos.
O plano deve proibir a venda e distribuição de sacolas e garrafas de plástico, além de embalagens de alimentos, copos e outros utensílios de mesa, segundo uma determinação da secretária do Interior, Deb Haaland.
Foi fixado o prazo de um ano para a implementação do uso de materiais biodegradáveis e compostáveis, sendo 2032 o limite para que a transição seja concluída.
“Como administradora dos espaços públicos da nação, incluindo parques nacionais e santuários de vida silvestre, e como órgão responsável pela conservação e manejo dos peixes, vida selvagem, plantas e seus habitats, estamos em uma posição única para melhorar nossa Terra”, disse Haaland em nota.
Os resíduos plásticos são devastadores para peixes e animais selvagens e afetam principalmente os mares.
Dos mais de 300 milhões de toneladas de plástico produzidos anualmente no mundo, ao menos 14 milhões terminam nos oceanos, informou o Departamento do Interior.
A indústria do plástico tentou convencer de que o problema poderia ser resolvido com a reciclagem, mas apenas 9% do plástico fabricado globalmente foi reciclado e esta taxa permanece estagnada.
Christy Leavitt, diretora da campanha sobre plásticos da organização sem fins lucrativos Oceana, afirmou à AFP que “o governo Biden está dando um grande passo para proteger nossos oceanos do plástico de uso único”.
Oceana e outras 300 organizações e empresas solicitaram esta ação em carta enviada no ano passado ao governo americano.
A medida anunciada inclui os 423 parques nacionais, além dos refúgios de vida silvestre e outras terras e águas administradas pelo Departamento do Interior: no total, 20% das terras dos Estados Unidos, que recebem cerca de 400 milhões de visitantes ao ano.
Leavitt disse esperar que “as cidades, os condados e os estados de todo o país avancem” na mesma direção.
A Casa Branca anunciou ainda que o Hudson Canyon, ao longo da costa de Nova York, com cerca de 4 km de profundidade e grande quantidade de espécies ameaçadas, passará a ser uma área de proteção.
Também indicou o início dos esforços para criar o Plano de Ação Climática Oceânica.
AFP