Liturgia do Dia 7 de Março – Segunda-feira
I SEMANA DA QUARESMA (Roxo Ofício do Dia)
Antífona de Entrada
Como os olhos dos servos estão voltados para as mãos de seu Senhor, assim os nossos para o Senhor nosso Deus, até que se compadeça de nós. Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós! (Sl 122,2s)
Oração do dia
Convertei-nos, ó Deus, nosso salvador, e, para que a celebração da Quaresma nos seja útil, iluminai-nos com a doutrina celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
19 1 O Senhor disse a Moisés:
2 “Dirás a toda a assembléia de Israel o seguinte: sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo.
11 Não furtareis, não usareis de embustes nem de mentiras uns para com os outros.
12 Não jurareis falso em meu nome, porque profanaríeis o nome de vosso Deus. Eu sou o Senhor.
13 Não oprimirás o teu próximo, e não o despojarás. O salário do teu operário não ficará contigo até o dia seguinte.
14 Não amaldiçoarás um surdo; não porás algo como tropeço diante do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor.
15 Não sereis injustos em vossos juízos: não favorecerás o pobre nem terás complacência com o grande; mas segundo a justiça julgarás o teu próximo.
16 Não semearás a difamação no meio de teu povo, nem te apresentarás como testemunha contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor.
17 Não odiarás o teu irmão no teu coração. Repreenderás o teu próximo para que não incorras em pecado por sua causa.
18 Não te vingarás; não guardarás rancor contra os filhos de teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.
Palavra do Senhor.Leia Também:
Jesus venceu as tentações da condição humana
Salmo Responsorial 18/19
Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida!
A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes.
Os preceitos do Senhor são precisos,
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,
para os olhos é uma luz.
É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente.
Que vos agrade o cantar dos meus lábios
e a voz da minha alma;
que ela chegue até vós, ó Senhor,
meu rochedo e redentor!
Eis o tempo de conversão; eis o dia da salvação (2Cor 6,2).
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 25 31 “Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.
32 Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
33 Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
34 Então o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,
35 porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;
36 nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’.
37 Perguntar-lhe-ão os justos: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?
38 Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?
39 Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?’
40 Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’.
41 Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: ‘Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.
42 Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;
43 era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes’.
44 Também estes lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?’
45 E ele responderá: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’
46 E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O ENCONTRO QUE SALVA
A descrição evangélica do juízo final é desconcertante. Jesus revolucionou os esquemas humanos ao colocar, como critério de salvação, o reconhecê-lo na pessoa daqueles cuja existência era totalmente vulnerável. A salvação, por conseguinte, não dependeria de experiências místicas elevadas, nem de títulos honoríficos ou funções de destaque na Igreja ou na sociedade e, muito menos, da nobreza de origem. Pelo contrário, a ela se chegaria por um caminho aparentemente simples: o encontro solidário com o irmão sofredor, no qual se reconhece a presença de Jesus.
A salvação, na perspectiva cristã, tem pressupostos claros. Tudo começa com a saída de si mesmo e do próprio comodismo, para se deixar interpelar pelo outro. Esta se dá no confronto com o sofrimento alheio. O sentir-se motivado a ir ao encontro do outro e a fazer um gesto concreto, que supere a ameaça à vida humana, é fruto da ação da graça salvífica de Deus no coração humano. Não-salvífico seria ficar chocado diante da situação e comovido até as lágrimas, ou então, ficar à procura de quem é o responsável pela situação, sem fazer um gesto concreto em defesa da vida e da dignidade ameaçadas. Importa, apenas, o gesto de partilhar, acolher e solidarizar-se. Dele é que decorre a salvação. Este é o caminho que se apresenta a cada cristão, para quem a salvação é um desafio.
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer-te no rosto daqueles cuja existência e dignidade estão ameaçadas.