Jesus nos convida à missão.
Liturgia do Dia 16 de Agosto – Segunda-feira
XX SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde Ofício do Dia)
Antífona de Entrada
Ó Deus, nosso protetor, volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso templo vale mais que outros mil (Sl 83,10s).
Oração do dia
Ó Deus, preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas, que superem todo desejo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Juízes 2,11-19)
Leitura do livro dos Juízes.
2 11Os israelitas fizeram então o mal aos olhos do Senhor e serviram os Baal.
12Abandonaram o Senhor, o Deus de seus pais, que os tinha tirado do Egito, e seguiram outros deuses, os dos povos que habitavam em torno deles; prostraram-se diante deles, excitando assim a cólera do Senhor.
13Abandonaram o Senhor para servirem Baal e Astarot.
14A cólera do Senhor inflamou-se contra Israel, e ele entregou-os nas mãos de piratas, que os despojaram, e vendeu-os aos inimigos dos arredores, de sorte que não puderam mais resistir-lhes.
15Para onde quer que fossem, a mão do Senhor estava contra eles para fazer-lhes mal, como o Senhor lhes tinha dito e jurado, e viram-se em grande aflição.
16(Entretanto) o Senhor suscitava-lhes juízes que os livraram das mãos dos opressores,
17mas nem mesmo os seus juízes ouviam e continuavam prostituindo-se a outros deuses, adorando-os. Abandonaram depressa o caminho que tinham seguido seus pais, na obediência aos mandamentos do Senhor, e não os imitaram.
18Ora, quando o Senhor suscitava juízes, ele estava com o juiz para livrá-los de seus inimigos enquanto vivesse o juiz: o Senhor compadecia-se dos gemidos que soltavam diante de seus inimigos e de seus opressores.
19 Mas, depois que o juiz morria, corrompiam-se e se tornavam ainda piores do que seus pais, seguindo outros deuses, servindo-os e adorando-os; e não renunciavam aos seus crimes e à sua obstinação.
Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial 105/106
Lembrai-vos de nós, ó Senhor,
segundo o amor para com vosso povo!
Não quiseram suprimir aqueles povos
que o Senhor tinha mandado exterminar;
misturaram-se, então, com os pagãos
e aprenderam seus costumes depravados.
Aos ídolos pagãos prestaram culto,
que se tornaram armadilha para eles;
pois imolaram até mesmo os próprios filhos,
sacrificaram suas filhas aos demônios.
Contaminaram-se com suas próprias obras,
prostituíram-se em crimes incontáveis.
Acendeu-se a ira de Deus contra o seu povo,
e o Senhor abominou a sua herança.
Quantas vezes o Senhor os libertou!
Eles, porém, por malvadez o provocavam.
Mas o Senhor tinha piedade do seu povo
quando ouvia o seu grito na aflição.
Evangelho (Mateus 19,16-22)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
19 16Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” Disse-lhe Jesus:
17″Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”.
18″Quais?”, perguntou ele. Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho,
19honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo”.
20Disse-lhe o jovem: “Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda?”
21Respondeu Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!”
22Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
UM SÓ É BOM!
A pergunta apresentada a Jesus pelo jovem reflete uma tendência do farisaísmo, a de praticar a virtude visando apenas obter a salvação. Esses fariseus eram calculistas, sempre preocupados em acumular méritos diante de Deus.
Tendo feito tudo quanto estava a seu alcance, interessava ao jovem saber o que poderia ainda fazer de bom para alcançar a vida eterna. Na qualidade de Messias, talvez Jesus pudesse indicar-lhe obras que rendessem méritos de valor muito maior.
O Mestre, porém, tentou corrigir este modo de pensar. Não se alcança a vida eterna pela prática de coisas boas (“O que devo fazer de bom?”), submetendo-se a um código de regras precisas de comportamento, e sim, pela relação com uma pessoa (“Um só é Bom!”), entendendo-se, com isso, tanto Jesus quanto o Pai. O que é bom deve ser praticado por corresponder à vontade daquele que é Bom. Sem esta obediência, os atos de virtude ficam desprovidos de valor.
O jovem é confrontado com a proposta de passar da prática mecânica dos mandamentos para um tipo de relação capaz de transformar-lhe a vida: desfazer-se de tudo e dar aos pobres o valor correspondente para, em seguida, tornar-se seguidor de Jesus. Se o jovem não fosse tão apegado a seus bens, teria tido a chance de experimentar a alegria de conhecer, em profundidade, a vontade salvífica de Deus.
Oração
Pai, quero estar sempre em comunhão contigo, pois só tu és Bom. Que eu possa, assim, conhecer a tua vontade e colocá-la em prática, pois este é o caminho da salvação.