“Mestre, que eu possa ver novamente”.
O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).
O autor sagrado exalta o Senhor por suas obras maravilhosas e pela sabedoria com que as governa. Demos glória a Deus por podermos contemplar tudo o que ele realiza em nós e no mundo.
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Leitura do Livro do Eclesiástico
– 15Vou recordar as obras do Senhor, vou descrever aquilo que vi. Pelas palavras do Senhor foram feitas as suas obras, de acordo com a sua vontade realizou-se o seu julgamento. 16O sol brilhante contempla todas as coisas, e a obra do Senhor está cheia da sua glória. 17Os santos do Senhor não são capazes de descrever todas as suas maravilhas. O Senhor todo-poderoso as confirmou, para que tudo continuasse firme para sua glória. 18Ele sonda o abismo e o coração e penetra em todas as suas astúcias. 19Pois o Altíssimo possui toda a ciência e fixa o olhar nos sinais dos tempos; ele manifesta o passado e o futuro e revela as coisas ocultas. 20Nenhum pensamento lhe escapa e nenhuma palavra lhe fica escondida. 21Pôs em ordem as maravilhas da sua sabedoria, pois só ele existe antes dos séculos e para sempre. 22Nada lhe foi acrescentado, nada tirado, e ele não precisa de conselheiro algum. 23Como são desejáveis todas as suas obras brilhando como centelha que se pode contemplar! 24Tudo isso vive e permanece sempre, e em todas as circunstâncias tudo lhe obedece. 25Todas as coisas existem aos pares, uma frente à outra, e ele nada fez de incompleto: 26uma coisa completa a bondade da outra; quem, pois, se fartará de contemplar a sua glória? – Palavra do Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor criou os céus.
1. Dai graças ao Senhor ao som da harpa, / na lira de dez cordas celebrai-o! / Cantai para o Senhor um canto novo, / com arte sustentai a louvação! – R.
2. Pois reta é a palavra do Senhor, / e tudo o que ele faz merece fé. / Deus ama o direito e a justiça, / transborda em toda a terra a sua graça. – R.
3. A palavra do Senhor criou os céus, / e o sopro de seus lábios, as estrelas. / Como num odre, junta as águas do oceano / e mantém no seu limite as grandes águas. – R.
4. Adore ao Senhor a terra inteira, / e o respeitem os que habitam o universo! / Ele falou e toda a terra foi criada, / ele ordenou e as coisas todas existiram. – R.
Eu sou a luz do mundo; / aquele que me segue / não caminha entre as trevas, / mas terá a luz da vida (Jo 8,12).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos
– Naquele tempo, 46Jesus saiu de Jericó junto com seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho. 47Quando ouviu dizer que Jesus, o Nazareno, estava passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” 48Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” 49Então Jesus parou e disse: “Chamai-o”. Eles o chamaram e disseram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!” 50O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. 51Então Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Mestre, que eu veja!” 52Jesus disse: “Vai, a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho. – Palavra da salvação.
Reflexão do evangelho.
“Mestre, que eu veja!”
Na época de Jesus, os cegos eram marginalizados, porque se acreditava que a cegueira era castigo de Deus por algum pecado. Curar um cego significava reintegrá-lo na vida social. Sentado e mendigando à beira do caminho, o cego não conta com a solidariedade da “considerável multidão”, cega, surda e insensível. Com efeito, não só deixam de pedir a Jesus em favor dele, mas tentam abafar seus clamores por saúde. Jesus, no entanto, tem ouvidos atentos para captar as súplicas do cego e sensibilidade aguçada para com sua infeliz situação e lhe devolve a luz. Passando a enxergar, o homem segue a Jesus, imagem do discípulo que compreende quem é o Messias e se dispõe a segui-lo, com os próprios pés e sem medo, pelo caminho que conduz a Jerusalém, onde Jesus entregará a própria vida.
Oração
Ó Jesus, Filho de Davi, perguntas ao cego de Jericó o que realmente ele deseja e ouves a sua súplica: “Mestre, que eu possa ver novamente”. Com a visão recuperada, ele se torna teu discípulo e começa a seguir-te, justamente enquanto caminhas para Jerusalém, onde entregarás a vida. Amém.