Viver Evangelizando

Vacinar-se: um dever cristão

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Vacinar-se: um dever cristão.

Não se toma a vacina somente para se proteger, mas aos outros também.

Vacinar é um ato de amor que deve ser incentivado por nós que nos dizemos cristãos (Unsplash/Hakan Nural).

Recentemente o Brasil recebeu uma excelente notícia: a vacina que tem sido desenvolvida pela Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butatã teve excelentes resultados no combate à Covid-19.

Como consequência, uma vez liberada pela Anvisa, ela poderá ser aplicada em toda população.

Juntamente com essa boa notícia, também foi já foi sancionada pelo Governo de Minas Gerais a lei que garante acesso da população mineira à vacina, tão logo fique pronta.

Apesar da vacinação não ser instantânea para todas as pessoas, não deixa de ser um sinal de grande esperança para quem deseja o fim da pandemia.

Ao mesmo tempo, porém, cresce o número de quem acredita que as pessoas não devem se vacinar, são os pertencentes ao chamado movimento antivacina.

Em sua maioria, tais indivíduos acreditam nas diversas fake news espalhadas pela Internet, que divulgam falsidades e tentam impor o medo sobre a população. O próprio presidente da República chegou a falar sobre a possibilidade de virar jacaré caso se tome a vacina, o que mostra o abismo no qual está inserida grande parcela de nosso país.

Olhando do ponto de vista da saúde pública, a vacinação não visa proteger somente um indivíduo, mas toda a sociedade.

Consiste, portanto, em ato de civilidade, de maneira que a população alcance aquilo que é chamado imunidade de rebanho.

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Havendo a vacinação e a consequente imunização de grande parcela da população, pessoas que, por algum motivo, não forem vacinadas, também estarão protegidas, uma vez que o vírus para de circular.

Olhando do ponto de vista teológico, a vacinação se mostra como ato de amor ao próximo. Não se toma a vacina somente para se proteger, mas para proteger aos irmãos e irmãs que, por algum motivo, são impossibilitados de se imunizarem. Opor-se à vacinação deliberadamente, dessa forma, revela-se como atitude não amorosa e, portanto, distante da mensagem do Evangelho.

Infelizmente, ainda são comuns as pregações simplistas que insistem em afirmar que, podendo Deus curar todas as doenças, não seria necessário vacinar-se, o que seria falta de fé no poder divino.

Esse tipo de engano leva à morte inclusive pessoas de boa fé pela ausência de anticorpos garantidos pelas vacinas. Os líderes religiosos que fazem esse tipo de pregação deveriam ser condenados e presos por causar a morte em suas comunidades.

Da perspectiva cristã, crê-se que Deus não fará aquilo que o ser humano deve fazer. Da mesma forma, crê-se que Deus é aquele que dá sabedoria, discernimento e conhecimento para o humano criar soluções aos problemas que afligem a sociedade.

Como consequência, a vacina não deve ser vista como algo concorrente à ação divina, mas, sim, como fruto da misericórdia de Deus que capacita o ser humano a pensar e criar uma vacina que seja capaz de encerrar uma pandemia.

Vacinar, portanto, é um ato de amor que deve ser incentivado por nós que nos dizemos cristãos.

Todo discurso negacionista a respeito das vacinas deve ser rejeitado e visto como ato egoísta e, portanto, anticristão.

*Fabrício Veliq é protestante e teólogo. Doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte (FAJE), Doctor of Theology pela Katholieke Universiteit Leuven (KU Leuven), Bacharel em Filosofia e Licenciado em Matemática (UFMG) E-mail: fveliq@gmail.com. Site: www.fabricioveliq.com.br.

Fonte: Dom Total.

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