Pesquisa revela que 78% dos brasileiros pretendem se vacinar contra a Covid-19.
Porcentagem caiu 10 pontos em relação a agosto, mas coloca Brasil em segundo lugar.
A mais recente pesquisa do Ipsos Global Advisor, feita em associação com o Fórum Econômico Mundial, mostra que o Brasil é o segundo país com maior propensão da população se vacinar contra a Covid-19, atrás apenas da China. A enquete realizada entre 17 e 20 de dezembro revela algumas diferenças em relação às anteriores, de agosto e outubro, com o decréscimo de adesão no caso brasileiro.
De acordo com os dados de dezembro, 78% dos brasileiros desejam se vacinar contra a Covid-19, três pontos percentuais abaixo dos 81% registrados em outubro e 10 pontos em relação a agosto (88%). Desde agosto, os brasileiros têm convivido com um volume bem maior de informação a respeito das vacinas. No entanto, também enfrenta a desinformação a campanhas antivacina, além da postura de negação do próprio presidente da República, que afirma reiteradamente que não tomará a vacina, ao contrário de quase todas as lideranças do mundo.
A China lidera os países onde é mais provável que as pessoas se vacinem (80%), à frente de Brasil (78%) e Reino Unido (77%), que iniciou a vacinação em 8 de dezembro. Os Estados Unidos, onde também teve início uma enorme campanha de vacinação, é o único país onde as intenções de vacinação estão aumentando (69% hoje, 64% em outubro).
Um dado curioso da pesquisa é relativo à França, onde apenas quatro em cada 10 franceses querem se vacinar contra a Covid-19, fazendo o país o “campeão mundial” das nações refratárias à imunização. Na França, onde acaba de começar a campanha de vacinação, apenas 40% das pessoas entrevistadas concordariam em se vacinar contra a Covid-19, de acordo com este estudo. Uma quantidade muito baixa em comparação com um estudo anterior publicado em outubro (54% queriam se vacinar) e inclusive ainda mais em comparação com agosto (59%).
A França não é o único país onde as intenções de vacinação são relativamente baixas.
Segundo o estudo do Ipsos Global Advisor, somente 43% dos russos estão prontos para receber a vacina, e 53%, dos sul-africanos. Depois deles, vêm Japão (60%), Itália e Espanha (62%) e Alemanha (65%).
Nos países em que a pesquisa foi aplicada, o principal motivo dos refratários é o medo dos efeitos colaterais (80% na Coreia do Sul, 76% no Japão, 72% na França). A dúvida sobre a eficácia é a segunda razão em muitos países.
Em terceiro, está a oposição geral às vacinas, que preocupa aproximadamente um quarto da população entrevistada na Rússia (26%) e África do Sul (23%), mas menos de 10% na Coreia do Sul (7%), Japão (8%) e China (9%). Na França, 14% das pessoas entrevistadas dizem ser contra as vacinas em geral.
O estudo foi realizado em 15 países pela plataforma on-line Ipsos Global Advisor com uma amostra de 13.542 adultos.
Fonte: Dom Total/Ipsos/AFP
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