Arcebispo de Belém, Dom Alberto divulgou pronunciamento nas redes sociais para se defender de investigações que correm em segredo de Justiça. Vaticano acompanha o caso
O arcebispo metropolitano de Belém do Pará, dom Alberto Taveira Corrêa, fez um pronunciamento pelas redes sociais nesse sábado (5) para se defender de ‘acusações de imoralidade’. Segundo o texto e vídeo, ele é alvo de investigações que correm em segredo de Justiça. O arcebispo também revelou que o caso está sendo acompanhando pela Santa Sé. O teor das acusações não foi divulgado. Reportagem do site Ver o Fato, afirma que o escândalo envolveria suposto abuso sexual de ex-seminaristas.
Dom Alberto Taveira é o décimo arcebispo de Belém e está no governo desde 2010. No texto, divulgado em versões para os padres, diáconose outro para fiéis (leia abaixo), o arcebispo revela que recebeu uma ‘visita’ para investigar o caso e resolveu tornar público o fato.
“Fui acusado de crimes de ordem moral, sem que me tenha sido dada a oportunidade de ser ouvido. Foram denúncias enviadas à Santa Sé, que provocaram uma Visita Apostólica, encerrada nesta semana; foi instaurado um processo em curso junto às autoridades civis”
O arcebispo disse ainda que já constituiu advogados e que a investigação corre em segredo de Justiça. O teor das acusações ainda não foi divulgado. REportagem do Portal Uol dá conta que a Polícia Civil do Pará está investigando o caso à pedido do Ministério Público.
“Lamento que os pretensos acusadores tenham optado pela via escandalosa, com circulação de notícia na mídia nacional, sem as devidas apurações dos fatos, ao que tudo indica, visando causar danos irreparáveis à minha pessoa e provocar abalo na Santa Igreja”, declarou o arcebispo, concluindo que confia em sua inocência
LEIA O PRONUNCIAMENTO NA ÍNTEGRA (Versão aos fiéis):
DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
PRONUNCIAMENTO
05 de dezembro de 2020
“Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte no tempo oportuno. Confiai-lhe todas as vossas preocupações, porque ele tem cuidado de vós.” (1Pd 5, 6-7).
Caríssimos Irmãos e irmãs,
Como Pastor desta Igreja, estou no dever de me dirigir a cada um de vocês para comunicar e esclarecer fatos que estou vivenciando nesses últimos dias. Penso não ter o direito de me omitir perante o povo de Deus, nem de ninguém, sobre as acusações de imoralidade assacadas contra o Arcebispo de Belém.
Digo a vocês que recebi com tristeza, há poucos dias, a informação da existência de procedimentos investigativos com graves acusações contra mim, sem que eu tenha sido previamente questionado, ouvido ou tido qualquer oportunidade para esclarecer esses pretensos fatos postos nas acusações.
A norma evangélica proclama: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano” (Mt 18, 15-17).
Sempre me coloquei à disposição e aberto ao diálogo e ao entendimento sobre todo e qualquer assunto, e em todas as circunstâncias. Mais perplexo ainda fico ao tomar conhecimento das origens de tais acusações, bem como os motivos apresentados.
Lamento que os pretensos acusadores tenham optado pela via escandalosa, com circulação de notícia na mídia nacional, sem as devidas apurações dos fatos, ao que tudo indica, visando causar danos irreparáveis à minha pessoa e provocar abalo na Santa Igreja.
Confio na Justiça Brasileira para o esclarecimento dessas falsas imputações, que atacam não só a minha honra, mas prejudicam também aqueles que sempre lutaram fiel e ativamente pela fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo. Reforço estar totalmente disponível às autoridades, tanto as eclesiásticas como as civis, para que a realidade seja restabelecida integralmente.
Nesta dolorosa experiência de calvário, mas com a consciência tranquila, enfrentarei as calúnias, difamações e injúrias contra mim, na esperança de que ao final reluza a verdade. Com angústia em meu coração, manifesto minha preocupação com o Povo de Deus, confiado ao meu pastoreio, especialmente ao meu Clero, além das pessoas que também sofrem com tais situações. Adianto que tudo está sendo acompanhado adequadamente pela Santa Sé.
Que Nossa Senhora de Nazaré nos conduza para o encontro com a verdade e nos ajude a permanecer firmes na missão de ser instrumentos de paz e de unidade.
Fonte: Dom Total