Religião

Um catequese de inspiração catecumenal

UMA CATEQUESE DE INSPIRAÇÃO CATECUMENAL E A OPÇÃO VICENTINA PELOS POBRES.

A atual situação social requer atenção à situação de (passar) da pertença aceita e não questionada, a uma participação escolhida, alicerçada numa decisão consciente e que se desenvolva gradualmente.
O Papa Francisco (2013), afirmava que nos encontramos numa nova etapa evangelizadora, que deve estar marcada pela alegria e deve indicar rumos novos para a caminhada da Igreja. Diz ainda, que é urgente a revisão de todos os processos de transmissão da fé.

É um desafio que interpela a todos e realiza-se, fundamentalmente, em três âmbitos: da pastoral ordinária, dos batizados que não vivem as exigências do batismo e daqueles que não conhecem ou recusam o evangelho. De fato, durante um longo período da sua história, a Igreja ‘ficou acomodada’, apoiada na ‘cristandade’. Hoje, precisamos de novos processos de conversão pastoral e de aprendizagem.

A revisão dos processos de transmissão da fé é um desafio que interpela a todos. Há anseios que apontam a sede de Deus.

Na mudança de época em que nos encontramos, a opção religiosa é uma escolha pessoal. Já não é mais uma tradição herdada desde o núcleo familiar. Hoje se evangeliza por atração.
Aprendamos da história, Jesus formou discípulos e discípulas, instruindo-os com a sua original atitude de acolhida, de compreensão e de valorização das pessoas, principalmente, as marginalizadas.

A vida de Jesus transformou de tal modo essas mulheres e esses homens que, aos poucos, foram compreendendo que a salvação cristã é vida concreta, existência quotidiana, de relação pessoal com Deus e com os irmãos e irmãs.
A expressão “novo” é fundamental nas atitudes de Jesus: odres novos, mandamento novo, nova Aliança.

Tudo isto teve seu ponto alto na entrega pessoal de Jesus, da sua própria vida na cruz, na certeza da sua ressurreição, para permanecer conosco para sempre.

O conteúdo essencial do primeiro anúncio (Querigma) trata da vida de Jesus de Nazaré, sua pessoa, mensagem e missão, e do seu momento culminante de morte e ressurreição (Páscoa). Por aí passou a formação progressiva de novos discípulos.

Nesse processo, contavam sempre com a ação do Espírito Santo e com a força do testemunho de vida dos que já faziam parte das comunidades cristãs.
A partir do II século, a Igreja, aos poucos, foi estruturando um processo para iniciar novos membros a uma nova identidade, como cristãos inseridos na comunidade eclesial, prontos a celebrar a fé e assumir a missão. Tal processo de iniciação, mais tarde, denominado de catecumenato, organizado em um itinerário processual de quatro tempos sucessivos.

São Vicente de Paulo, fiel seguidor do Mestre, após recuperar o sentido da vida e do fundamento divino, teve a paixão por Cristo e pelo pobre.

Daí em diante toda a sua vida, não teve outro objetivo, a não ser ver o pobre em Cristo e o Cristo no Pobre. Tomando como lema de sua vida: Cristo (Vida – Eucaristia), Evangelho (Verdade – Igreja) e o Pobre (Caridade – Dom – Serviço). Passou assim a conjugar na sua vida o amor efetivo com o amor afetivo.
A espiritualidade de São Vicente de Paulo seguiu o impulso da encarnação, de se fazer ‘próximo dos últimos dos homens, como Deus em Cristo’.

No aniquilamento (kenosis) da humildade, São Vicente encontrou Cristo e os pobres.

Enquanto na tradição mística se fala de “noite dos sentidos e noite do espírito”, como momento de esvaziamento para chegar a uma visão da Face de Deus, São Vicente se deixou crucificar na cruz dos Pobres, ‘seu peso e sua dor’. Por isto, os pobres se tornaram, como Cristo, ‘senhores e patrões’.
O Papa João Paulo II dizia: “A eucaristia realiza a caridade”. O sentido autêntico da Eucaristia torna-se por si, uma escola de amor efetivo para com o próximo’.

Na realidade, a Eucaristia é o sacramento da Partilha. Toda adesão à Eucaristia é um convite para engajar-se na construção do mundo e no serviço dos irmãos, principalmente dos mais pobres e necessitados.
A eucaristia é por si o Pão dos Pobres e nos envia para os Pobres.

São João Crisóstomo dizia: “o que importa se a mesa de Cristo brilha com cálices de ouro, se Ele mesmo morre de fome”?

Aliviai antes as suas necessidades, e em seguida com o que sobrar enriquecei a Casa de Deus, não menosprezeis o vosso irmão indigente, pois, o templo que é este irmão é mais precioso que aquele de Deus.
Para Vicente de Paulo, a Eucaristia e o serviço dos Pobres, vão na linha de continuidade: “o dever da caridade está acima de todas as regras” e dizia também que “a caridade está acima de todas as regras e todas devem conformar-se a ela. É uma grande Dama. Deve-se fazer o que ela ordena”.

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Djony Noel, CM
SEMINARISTA DA PROVÍNCIA DE CURITIBA

A família Viverevangelizando agradece o Seminarista Djony pelo belo texto.

Que Deus em São Vicente continue guiando os caminhos de sua vocação. 

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