Como sabemos, os mestres da Lei e os fariseus tinham um desprezo por Jesus evidente.
Sendo assim, o encontro com Jesus dava-se nestas circunstâncias de marginalização.
Liturgia do Dia 15 de Julho – Quarta-feira
SÃO BOAVENTURA BISPO E DOUTOR (Branco, Prefácio Comum ou dos Pastores Ofício da Memória)
Antífona de Entrada
O justo medita a sabedoria e sua palavra ensina a justiça, pois traz no coração a lei de seu Deus (Sl 36,30s).Oração do dia
Concedei-nos, Pai todo-poderoso, que, celebrando a festa de são Boaventura, aproveitemos seus preclaros ensinamentos e imitemos sua ardente caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.Jesus não rejeita o seu povo.
Leitura (Isaías 10,5-7.13-16)
Leitura do livro do profeta Isaías.
10 5 “Ai da Assíria, vara de minha cólera e bastão que maneja o meu furor.
6 Eu o enviei contra uma nação ímpia, e o lancei contra o povo, o objeto de minha cólera, para que o entregasse à pilhagem e lhe levasse os despojos, e o calcasse aos pés como a lama das ruas.
7 Mas ele não entendeu dessa maneira, e este não foi o seu pensamento.
Ele só pensa em destruir, em exterminar nações em massa.
13 Foi pela força de minha mão que eu agi, e pela minha destreza, porque sou hábil. Dilatei as fronteiras, saqueei os tesouros e lancei por terra aqueles que estavam no trono.
14 Minha mão tomou como um ninho a riqueza dos povos.
Assim como se recolhem os ovos abandonados, eu reuni a terra inteira.
Ninguém moveu a asa, nem abriu o bico, nem piou.
15 Acaso o machado se vangloria à custa do lenhador?
Ou a serra se levanta contra o serrador?
Como se a vara fizesse agitar aquele que a maneja, como se o bastão fizesse mover o braço!
16 Por isso o Senhor Deus dos exércitos fará enfraquecer seus robustos guerreiros, e debaixo de sua glória acender-se-á um fogo como o de um incêndio”.
Palavra do Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Salmo Responsorial 93/94
O Senhor não rejeita o seu povo.
Eis que oprimem, Senhor, vosso povo
e humilham a vossa herança;
estrangeiro e viúva trucidam,
e assassinam o pobre e o órfão!
Eles dizem: “O Senhor não nos vê
e o Deus de Jacó não percebe!”
Entendei, ó estultos do povo;
insensatos, quando é que vereis?
O que fez o ouvido não ouve?
Quem os olhos formou não verá?
Bem como, quem educa as nações não castiga?
Quem os homens ensina não sabe?
O Senhor não rejeita o seu povo
e não pode esquecer sua herança:
voltarão a juízo as sentenças;
quem é reto andará na justiça.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)
Evangelho (Mateus 11, 25-27)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
11 25 Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras:
“Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos.
26 Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado.
27 Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
Jesus, os sábios e os pequeninos.
Como vimos, a indignação de Jesus pela má vontade de alguns era compensada com a alegria de constatar a aceitação de seu testemunho por parte de outros.
Assim, enquanto os pequeninos davam mostras evidentes de estarem captando o que lhes estava sendo revelado, os sábios e doutos iam na direção contrária, alimentando contra Jesus um ódio sem limites.
Dessa maneira, os que se tinham por sábios e doutos eram os mestres da Lei e os fariseus.
Seus conhecimentos a respeito das Escrituras e seu “modo exemplar” de praticar os mandamentos levavam-nos a se considerar superiores aos demais.
Como sabemos, tinham um desprezo por Jesus que era evidente.
Pois, o julgavam-no incapacitado para a tarefa de mestre, por lhe faltar a devida preparação.
Era um mestre improvisado e sem gabarito.
Logo, merecedor de desprezo.
No polo oposto, por sua vez, estavam os pequeninos.
Estes também eram objeto do desprezo por parte dos sábios e entendidos, que os chamavam, pejorativamente, de “povo da terra”. Nesse sentido, eram marginalizados pelas estruturas religiosas, iam em busca de quem os acolhesse, e ouviam quem lhes parecia ser o melhor.
Sendo assim, o encontro com Jesus dava-se nestas circunstâncias de marginalização.
E a capacidade de compreender o que lhes era revelado resultava de sua busca sincera e despretensiosa da Palavra de Deus.
Suas mentalidades eram menos estruturadas, portanto, suficientemente flexíveis para acolher a revelação que o Pai lhes fazia, por meio do testemunho de Jesus.
Oração
Pai, que a arrogância dos sábios e doutos jamais contamine meu coração. E, fazendo-me pequenino, que eu esteja em condições de acolher a tua revelação.