Liturgia Diária

A pureza de coração na perspectiva de Jesus

Assim, Jesus nos ensina a viver a pureza de coração.

Espírito que dignifica, reforça a pureza de coração de todos os nossos sentimento de respeito ao ser humano.

Liturgia do Dia 12 de Junho – Sexta-feira
X SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde – Ofício do Dia)
Antífona de Entrada
O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilar e sucumbem (Sl 26,1s).

Oração do dia
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

“Consumo-me de zelo pelo Senhor, Deus dos exércitos”.

Leitura (1 Reis 19,9.11-16)
Leitura do primeiro livro do Reis.

19 9 Chegando ali, passou a noite numa caverna.
Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida:
“Que fazes aqui, Elias?” 11 O Senhor desse-lhe:

“Sai e conserva-te em cima do monte na presença do Senhor: ele vai passar”.

Mas o Senhor não estava naquele vento. Depois do vento, a terra tremeu; mas o Senhor não estava no tremor de terra.
12 Passado o tremor de terra, acendeu-se um fogo; mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma brisa ligeira.
13 Tendo Elias ouvido isso, cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da caverna.

Uma voz disse-lhe: “Que fazes aqui, Elias?”

14 Ele respondeu: “Consumo-me de zelo pelo Senhor, Deus dos exércitos.
Porque os israelitas abandonaram a vossa aliança, derrubaram os vossos altares e passaram os vossos profetas ao fio da espada.
Só eu fiquei, e agora querem tirar-me a vida”.

15 O Senhor disse-lhe: “Retoma o caminho do deserto, na direção de Damasco.
Ali chegando, ungirás Hazael como rei da Síria, 16 Jeú, filho de Namsi, como rei de Israel, e Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar”.
Palavra do Senhor.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Salmo Responsorial 26/27
Senhor, é vossa face que eu procuro!

Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,
Atendei por compaixão!
Meu coração fala convosco confiante,
é vossa face que eu procuro.

Não afasteis em vossa ira o vosso servo,
sois vós o meu auxílio!
Não me esqueçais nem me deixeis abandonado,
meu Deus e salvador!

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!

Como astros no mundo brilheis, pregando a palavra da vida! (Fl 2,15s)

Evangelho (Mateus 5,27-32)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

Naquele tempo, 27 disse Jesus: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28 Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração.

29 Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena.
30 E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado na geena.

31 Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.

32 Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso;
e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério”.
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

A pureza de coração na perspectiva de Jesus.

Na perspectiva de Jesus, a maneira como se encarava o 6º mandamento do Decálogo era insuficiente.
Considerava-se o adultério como uma espécie de injustiça cometida contra uma propriedade alheia, um atentado ao bem mais precioso de um homem: sua mulher.
Assim, o casamento era uma transação de compra e venda, pela qual um homem adquiria uma mulher como esposa, a qual passava a fazer parte de seus bens.

O respeito pela mulher do próximo, portanto, colocava-se no contexto de respeito ao conjunto de seus bens.

Então, o mandamento assim interpretado fundava-se na coisificação da mulher, cuja dignidade não era reconhecida.
Colocada no rol dos bens do marido, ela se via privada da igualdade com o homem, o que não correspondente ao desejo do Criador.

Assim, Jesus viu-se forçado a opor-se a isso, pois era contrário ao projeto de seu Pai.

Nesse sentido, a exigência do Mestre recupera o respeito pela mulher, enquanto ser humano.
Por isso, o discípulo do Reino é exortado a olhar para a mulher do próximo com pureza de coração, sem se deixar envolver pelo desejo de possui-la.

Caso isto aconteça, infringirá o mandamento de Deus, a partir do momento em que consentir nos pensamentos libidinosos.

Portanto, enquanto seus contemporâneos preocupavam-se com o ato exterior de adultério, Jesus preocupava-se com o ato interior, onde tem início o desrespeito ao mandamento divino.

Oração
Espírito que dignifica, reforça no coração de todos o sentimento de respeito ao ser humano, especialmente às mulheres, cuja dignidade é vilipendiada, sem escrúpulos.

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