Assim, Jesus desvendou o mistério e denunciou Judas.
Pois, Jesus Cristo é Senhor na glória de Deus Pai.
Liturgia do Dia 8 de Abril – Quarta-feira
SEMANA SANTA
Antífona de Entrada
Ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e na mansão dos mortos, pois o Senhor se fez obediente até a morte e morte de cruz e por isso Jesus Cristo é Senhor na glória de Deus Pai (Fl 2,10.8.11).Oração do dia
Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz para arrancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vossos servos e servas a graça da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.Por isso, salve, Jesus Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
Leitura (Isaías 50,4-9)
Leitura do livro do profeta Isaías.
O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido.
Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo;
(o Senhor Deus abriu-me o ouvido) e eu não relutei, não me esquivei.
Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros.
Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado.
Aquele que me fará justiça aí está.
Quem ousará atacar-me? Vamos medir-nos! Quem será meu adversário? Que se apresente!
O Senhor Deus vem em meu auxílio: quem ousaria condenar-me? Cairão em frangalhos como um manto velho; a traça os roerá.
Palavra do Senhor.
Assim, Jesus celebrou sua última Páscoa.
Salmo Responsorial 68/69
Respondei-me, pelo vosso imenso amor,
neste tempo favorável, Senhor Deus.
Por vossa causa é que sofri tantos insultos
e o meu rosto se cobriu de confusão;
eu me tornei como um estranho a meus irmãos,
como estrangeiro para os filhos de minha mãe.
Pois meu zelo e meu amor por vossa casa
me devoram como fogo abrasador;
e os insultos de infiéis que vos ultrajam
recaíram todos eles sobre mim!
O insulto me partiu o coração.
eu esperei que alguém de mim tivesse pena;
procurei quem me aliviasse e não achei!
Deram-me fel como se fosse um alimento,
em minha sede ofereceram-me vinagre!
Cantando, eu louvarei o vosso nome
e, agradecido, exultarei de alegria!
Humildes, vede isso e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá
se procurardes o Senhor continuamente!
Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres
e não despreza o clamor de seus cativos.
Salve, nosso rei Jesus, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.
Evangelho (Mateus 26 14-25)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes:
“Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei”.
Ajustaram com ele trinta moedas de prata.
E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus.
No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: “Onde queres que preparemos a ceia pascal?”
Respondeu-lhes Jesus: “Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer-te: Meu tempo está próximo.
É em tua casa que celebrarei a Páscoa com meus discípulos’”.
Os discípulos fizeram o que Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa.
Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos.
Durante a ceia, disse: “Em verdade vos digo: um de vós me há de trair”.
Com profunda aflição, cada um começou a perguntar: “Sou eu, Senhor?”
Respondeu ele: “Aquele que pôs comigo a mão no prato, esse me trairá.
O Filho do Homem vai, como dele está escrito. Mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído!
Seria melhor para esse homem que jamais tivesse nascido!”
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: “Mestre, serei eu?” “Sim”, disse Jesus.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
Jesus, o Mestre vendido pelo seus companheiros.
Primordialmente, Jesus celebrou sua última Páscoa em meio a uma grande contradição.
A ceia da fraternidade foi corrompida pela presença do traidor que o havia vendido pelo irrisório preço de um escravo.
Bem como, a ceia da libertação tornou-se prelúdio da injustiça e da opressão que se abateria sobre ele.
O mesmo, a recordação dos feitos poderosos de Deus foi obscurecida pelo confronto com os feitos humanos cheios de perversidade.
Dessa forma, os laços que uniam discípulos e Mestre eram frágeis. Tudo não passava de aparência.
O anúncio da próxima traição e a maldição prevista para quem perpetrasse esta maldade contra Jesus foram chocantes. Assim, uma terrível suspeita pairou sobre todos.
Quando Jesus desvendou o mistério e denunciou Judas, um clima de revolta deve ter tomado conta dos comensais.
Afinal, a convivência com um “amigo” traidor era insuportável.
Então, em meio a tudo isto, Jesus sabia estar dando passos firmes rumo à Páscoa definitiva.
A grande obra libertadora do Pai em favor da humanidade estava para ser consumada.
Dessa maneira, não era possível queimar etapas e eliminar os aspectos dolorosos do processo de libertação.
No entanto, a ceia da fraternidade acabou por tornar-se um tormento para Jesus.
Estava para ser selado o pacto de traição por parte de um amigo.
Portanto, apesar dos pesares, era preciso manter a cabeça erguida para enfrentar a paixão iminente.
Oração
Senhor Jesus, torna cada vez mais verdadeira minha amizade por ti!