Viver Evangelizando

Perdoar, uma prática que exige paciência

com-amor

Que no tempo quaresmal eu aprenda perdoar cada vez mais.

Pois, a prática de perdoar é e deve ser constante em nosso viver.

Liturgia do Dia 17 de Março – Terça-feira
III SEMANA DA QUARESMA
Antífona de Entrada
Eu vos chamo, meu Deus, porque me atendeis; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).

Oração do dia
Ó Deus, que a vossa graça não nos abandone, mas nos faça dedicados ao vosso serviço e aumente sempre em nós os vossos dons. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!

Leitura (Daniel 3,25.34-43)
Leitura da profecia de Daniel.

Azarias, em pé bem no meio do fogo, fez a seguinte oração:
“Pelo amor de vosso nome, não nos abandoneis para sempre; não destruais de modo algum vossa aliança.
Não nos retireis vossa misericórdia em consideração a Abraão, vosso amigo, Isaac, vosso servo, Israel, vosso santo,
aos quais prometestes multiplicar sua descendência como as estrelas do céu e a areia que se encontra à beira do mar.

Senhor, fomos reduzidos a nada diante das nações, fomos humilhados diante de toda a terra: tudo, devido a nossos pecados!

Hoje, já não há príncipe, nem profeta, nem chefe, nem holocausto, nem sacrifício, nem oblação, nem incenso, nem mesmo um lugar para vos oferecer nossas primícias e encontrar misericórdia.
Entretanto, que a contrição de nosso coração e a humilhação de nosso espírito nos permita achar bom acolhimento junto a vós, Senhor,
como (se nós nos apresentássemos) com um holocausto de carneiros, de touros e milhares de gordos cordeiros!

Que assim possa ser hoje o nosso sacrifício em vossa presença!

Que possa (reconciliar-nos) convosco, porque nenhuma confusão existe para aqueles que põem em vós sua confiança.
É de todo nosso coração que nós vos seguimos agora, que nós vos reverenciamos, que buscamos vossa face.

Não nos confundais; tratai-nos com vossa habitual doçura e com todas as riquezas de vossa misericórdia.
Ponde em execução vossos prodígios para nos salvar, Senhor, e cobri vosso nome de glória”.
Palavra do Senhor.

O Senhor é piedade e retidão.

Salmo Responsorial 24/25
Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação.

Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura
e a vossa compaixão, que são eternas!
De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia
e sois bondade sem limites, ó Senhor!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,12s).

Evangelho (Mateus 18,21-35)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

Então Pedro se aproximou dele e disse: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?”
Respondeu Jesus: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Por isso, o Reino dos céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos.
Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.

Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida.

Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’
Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida.
Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários.

Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: ‘Paga o que me deves!’

O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: ‘Dá-me um prazo e eu te pagarei!’
Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida.
Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado.

Então o senhor o chamou e lhe disse: ‘Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste.

Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti?’
E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida.
Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração”.

Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

Perdoar, uma prática que exige paciência e determinação.

Como sabemos, conviver é uma arte.
Pois, não basta boa vontade e paciência para que o relacionamento interpessoal seja perfeito.
Embora, com todas as precauções, é grande a possibilidade de desentendimento entre pessoas amigas, e até mesmo entre cristãos convictos.

Entretanto, a questão não reside na ruptura, e sim, na disposição a refazer os laços de amizade rompidos.
Dessa maneira, ninguém pode garantir que uma única reconciliação seja suficiente para cimentá-los, para sempre.
Afinal, é possível que outras rupturas aconteçam, pelo mesmo motivo.

Pois, a tendência humana é impor limites bem definidos a esta situação. “A paciência tem limite” – assim justificamos a ruptura definitiva.

Sendo assim, o discípulo de Jesus defronta-se com a lição de perdoar, toda vez que for ofendido.
Nesse sentido, ele é exortado a fazer frente a uma tendência humana muito forte, a de não perdoar.

Diante disso, o motivo apresentado pelo Mestre é inquestionável: é assim que somos perdoados pelo Pai.

Quem se julga tão fiel a Deus a ponto de estar seguro de jamais correr o risco de pecar? Só um insensato poderá ter tal pretensão.
Portanto, todos somos pecadores e precisamos do perdão de Deus.
Da mesma forma, quando alguém precisar do nosso perdão, por respeito a Deus somos obrigados a concedê-lo.
Então, trata-se de dar o que também recebemos.

Oração
Espírito de perdão, liberta-me da tendência a colocar limites ao perdão. Pelo contrário, que eu esteja sempre pronto a perdoar a quem me ofendeu.

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