Viver Evangelizando

Jesus, o profeta rejeitado por seu povo

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Assim, Jesus sentiu-se responsável pelo anúncio da salvação.

Vindo a Nazaré, disse Jesus: “Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria.

Liturgia do Dia 16 de Março – Segunda-feira
III SEMANA DA QUARESMA
Antífona de Entrada
Minha alma anseia, até desfalecer, pelos átrios do Senhor; meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo! (Sl 83,3)

Oração do dia
Ó Deus, na vossa incansável misericórdia, purificai e protegei a vossa Igreja, governando-a constantemente, pois sem vosso auxílio ela não pode salvar-nos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!

Leitura (2 Reis 5,1-15)
Leitura do segundo livro dos Reis.

Naamã, general do exército do rei da Síria, gozava de grande prestígio diante de seu amo, e era muito considerado, porque, por meio dele, o Senhor salvou a Síria; era um homem valente, mas leproso.
Ora, tendo os sírios feito uma incursão no território de Israel, levaram consigo uma jovem, a qual ficou a serviço da mulher de Naamã.

Ela disse à sua senhora:

“Ah, se meu amo fosse ter com o profeta que reside em Samaria, ele o curaria da lepra!”
Ouvindo isso, Naamã foi e contou ao seu soberano o que dissera a jovem israelita.
O rei da Síria respondeu-lhe: “Vai, que eu enviarei uma carta ao rei de Israel”.
Naamã partiu com dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez vestes de festa.

Levou ao rei de Israel uma carta concebida nestes termos:

“Ao receberes esta carta, saberás que te mando Naamã, meu servo, para que o cures da lepra”.
Tendo lido a missiva, o rei de Israel rasgou as vestes e exclamou:
“Sou eu porventura um deus, que possa dar a morte ou a vida, para que esse me mande dizer que cure um homem da lepra? Vede bem que ele anda buscando pretextos contra mim”.

Quando Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei tinha rasgado as vestes, mandou-lhe dizer:

“Por que rasgaste as tuas vestes? Que ele venha a mim, e saberá que há um profeta em Israel”.
Naamã veio com seu carro e seus cavalos e parou à porta de Eliseu.
Este mandou-lhe dizer por um mensageiro: “Vai, lava-te sete vezes no Jordão e tua carne ficará limpa”.
Naamã se foi, despeitado, dizendo: “Eu pensava que ele viria em pessoa, e, diante de mim, invocaria o Senhor, seu Deus, poria a mão no lugar infetado e me curaria da lepra.
Porventura os rios de Damasco, o Abana e o Farfar, não são melhores que todas as águas de Israel?

Não me poderia eu lavar neles e ficar limpo?” E, voltando-se, retirou-se encolerizado.

Mas seus servos, aproximando-se dele, disseram-lhe: “Meu pai, mesmo que o profeta te tivesse ordenado algo difícil, não o deverias fazer? Quanto mais agora que ele te disse: ‘Lava-te e serás curado’”.
Naamã desceu ao Jordão e banhou-se ali sete vezes, como lhe ordenara o homem de Deus, e sua carne tornou-se tenra como a de uma criança.
Voltando então para o homem de Deus, com toda a sua comitiva, entrou, apresentou-se diante dele e disse: “Reconheço que não há outro Deus em toda a terra, senão o de Israel.
Aceita este presente do teu servo”.
Palavra do Senhor.

Enviai vossa luz, vossa verdade.

Salmo Responsorial 41/42
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
e quando verei a face de Deus?

Assim como a corça suspira pelas águas correntes,
suspira igualmente minha alma
por vós, ó meu Deus!

A minha alma tem sede de Deus
e deseja o Deus vivo.
Quando terei a alegria de ver
a face de Deus?

Enviai vossa luz, vossa verdade:
elas serão o meu guia;
que me levem ao vosso monte santo,
até a vossa morada!

Então irei aos altares do Senhor,
Deus da minha alegria.
Vosso louvor cantarei ao som da harpa,
meu Senhor e meu Deus!

No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção (Sl 129,5.7).

Evangelho (Lucas 4,24-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Vindo a Nazaré, disse Jesus: “Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria.
Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra;
mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia.

Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã”.

A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga.
Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo.
Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

Jesus, o profeta rejeitado por seu próprio povo.

A hostilidade do povo de Nazaré, cidade onde fora criado, levou Jesus a redimensionar a sua missão, dando-lhe uma dimensão muito mais ampla do que inicialmente ele imaginava.

Assim, no bojo da mentalidade judaica, Jesus sentiu-se responsável pelo anúncio da salvação, em primeiro lugar, aos judeus.
Povo da Aliança, eleito para ser o povo predileto de Deus, os judeus sabiam-se privilegiados em termos messiânicos.

Dessa forma, o Messias seria enviado a eles, para proclamar-lhes libertação e salvação.

Entretanto, Jesus experimentou hostilidade e rejeição ao exercer seu papel de Messias junto povo de sua cidade.
Suas palavras e seus gestos poderosos foram alvo de críticas maledicentes, reveladoras de incredulidade.
Nesse sentido, os que o ouviam encheram-se de tamanha cólera, a ponto de querer jogá-lo a um precipício, para eliminá-lo.

Sendo assim, repensando a experiência de profetas do passado, como Elias e Eliseu, e a rejeição que sofreram, Jesus detectou um fato importante: a hostilidade do povo judeu levou povos estrangeiros a beneficiarem-se dos poderes taumatúrgicos dos profetas.
Elias socorreu a pobre viúva da Fenícia, e Eliseu curou a lepra de Naaman, general da Síria.

Então, se o povo de Nazaré recusava-se a acolher o Messias Jesus, este sentia-se impelido a tornar os não-judeus destinatários de seu ministério messiânico.

Oração
Pai, que eu saiba acolher Jesus e reconhecê-lo como de Filho de Deus, de modo a tornar-me beneficiário de seu ministério messiânico.

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