Pastoral do Meio Ambiente - PMA

Mudanças climáticas e a nossa casa comum

Mudanças climáticas e a nossa casa comum

Muitos dos sistemas naturais estão sendo afetados pelas mudanças climáticas regionais.

Greta fez surgir um grande movimento internacional de solidariedade e luta pela preservação do clima. Sendo assim, as mudanças climáticas são uma realidade que construímos.
O questionamento “Por que devemos ir para a escola se não há futuro?” seria comum em qualquer parte do mundo, não tivesse ele sido feito por uma garota sueca de apenas 16 anos, chamada Greta Thunberg.

Diante de tudo, por que ainda resistimos a aceitar as Mudanças climáticas?

Sozinha, Greta fez surgir um grande movimento internacional de solidariedade e luta pela preservação do clima (Fridays for Future).
Greta tem bons argumentos para validar o seu discurso: segundo relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), organizado pelas Nações Unidas, os efeitos nocivos das mudanças climáticas já se fazem sentir em maior ou menor escala em todo o globo.

Em julho de 2019, dois fortes ciclones tropicais (Idai e Kenneth) atingiram violentamente o litoral de Moçambique, Zimbábue, na costa leste africana, no intervalo de apenas uma semana entre eles.

Dessa forma, vemos o rastro de destruição humanitária deixado pelos fenômenos resultou em mais de 600 mortes e milhares de famílias desabrigadas.

Acredita-se que a intensidade e o curto intervalo entre um evento e o outro tenham relação direta com o aquecimento das águas dos oceanos e a elevação do nível do mar.

Desde o Quarto Relatório do IPCC (IPCC-AR4), de 2007, evidências científicas observadas em diversos continentes e oceanos sustentam que muitos dos sistemas naturais estão sendo afetados pelas mudanças climáticas regionais.
Especialmente o aumento médio das temperaturas locais, o que torna inquestionável que as alterações climáticas são provocadas por ações antropogênicas.

Os resultados daquele relatório alertavam para um aumento médio das temperaturas globais entre 1,8 grau e 4,0 graus até 2100.
Podendo ser ainda maior, caso as populações e o consumo global continuassem a crescer no ritmo atual, se mantivermos o mesmo modelo de uso intenso de combustíveis fósseis.

Sendo assim, ‘por que devemos ir para a escola se não há futuro?’

Em 2018 o IPCC atualizou seus dados e lançou uma nova versão do Relatório de 2007.
O novo documento recomenda a limitação do aquecimento global atual a 1,5 grau e não mais os 2 graus do relatório anterior.

Isso porque, afirmam os cientistas, em termos de impactos climáticos, a atual previsão é mais segura do que o que fora proposto anteriormente.

Faz sentido, portanto, que a jovem Greta esteja a pressionar os parlamentares suecos e de todo o mundo para uma ação mais efetiva em relação ao clima.

Ela entendeu a mensagem pacifista nos dita por Mahatma Gandhi, para “ser a mudança que queremos ver no mundo”.

Ao burlar as aulas de sexta-feira, a garota antedeu ao chamado da mudança, da responsabilidade, do posicionamento ambiental e da ação política em prol do globo.
Greta nos convida a sermos a mudança necessária para que ela e tantas outras crianças possam ter acesso a um futuro seguro, saudável e próspero.

Frederico Augusto Brugnara
Mestre em Ciência Política pela Universidade de Lisboa e geógrafo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Universidade de Coimbra.

Atualmente é professor de Geografia do ensino Fundamental e Médio na rede privada de Belo Horizonte/MG, cursa bacharelado em Direito e Especialização em Relações Internacionais.

Fonte: Dom Total

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