Adaptação: O desafio nosso de cada dia
Por isso, temos que aprender a construir uma nova adaptação diante tal realidade.
Afinal, o futuro do planeta e de nossa existência está em nossas mãos.
As modificações climáticas são hoje uma realidade indiscutível demonstrada por enchentes e secas em locais que não tinham tais fenômenos com frequência.
Antes havia uma discussão sobre se os seres humanos seriam o fator principal disso, mas hoje esse não é o tema.
No contexto atual, as modificações climáticas são uma realidade que vem causando sérios problemas ecológicos, urbanísticos, sociais e econômicos.
O ponto é: temos que nos adaptar a tal realidade. Será que conseguiremos?
A resiliência é natural a nós, humanos. Mas temos dificuldades em abrir mão do que já temos e do consumismo nosso de cada dia.
Como usar menos o automóvel, como economizar água, como gastar menos energia, como consumir menos madeiras, como consumir menos minerais?
Muitos dizem que temos que viver o agora, pois o futuro pertence à tecnologia.
Mas devemos lançar nossas fichas à tecnologia? Deixar o futuro de nossa espécie em algo que não controlamos?
Não trago soluções, mas sim indagações que devemos nos fazer diuturnamente.
O futuro do planeta e de nossa existência está em nossas mãos.
E o Direito tenta criar mecanismos de mudança como a Convenção Quadro de Modificações Climáticas, o Acordo de Paris ou mesmo a Política Nacional de Modificações Climáticas.
As leis e tratados são letra morta se não usados e realizados pela sociedade.
A luta por um futuro melhor começa a cada dia quando nossos jovens, como a Greta Thunberg, se organizam para proteger o futuro ou pelo menos conduzir à reflexão.
Quando as metrópoles se reorganizam através de mudanças no urbanismo, nos transportes, na inclusão, elas mudam a nossa relação com as cidades, onde a maioria dos habitantes do planeta vive hoje.
Temos que lembrar que nossas atitudes quanto ao planeta não têm impactos apenas locais, pelo famoso “efeito borboleta”, tudo está interligado e os outros seres pagam por estas mudanças cuja adaptação não é tão fácil.
As modificações climáticas não estão mais na teoria dos acadêmicos, são a realidade do nosso dia a dia com o qual teremos que lidar e impedir que aumente de forma a tornar o planeta inabitável.
O futuro do planeta e de nossa existência está em nossas mãos. E aí, conseguiremos construir agora uma melhor adaptação?
É hora de refletirmos sobre o que queremos não apenas para nós, mas para o futuro de toda humanidade. Que planeta deixaremos para nossos filhos? E que filhos deixaremos para nosso planeta?
É hora de reagir, reordenar, repensar e reorganizar, pois a mudança ocorrerá e nós estamos preparados para mudar?
Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais em cotutela com a Université dAvignon.
Mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Professora da graduação e do Mestrado em Direito Ambiental e Desenvolvimento sustentável da Escola Superior Dom Helder Câmara.
Fonte: Dom Total