Pois, mesmo diante das limitações humanas Jesus ainda tem esperança.
Assim, constantemente Jesus nos convida, na liberdade, a vivermos a conversão.
Liturgia do Dia 26 de Outubro – Sábado
XXIX SEMANA DO TEMPO COMUM* (Verde Ofício do Dia)
Antífona de Entrada
Clamo por vós, meu Deus, porque me atendestes; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).
Oração do dia
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor e vos servir de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele.
Leitura (Romanos 8,1-11)
Leitura do livro da carta de são Paulo aos Romanos.
De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo.
A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte.
O que era impossível à lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus o fez.
Enviando, por causa do pecado, o seu próprio Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que a justiça, prescrita pela lei, fosse realizada em nós, que vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito.
Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal; os que vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito.
Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida e a paz.
Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à lei de Deus, e nem o pode.
Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.
Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o espírito de Deus habita em vós.
Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele.
Ora, se Cristo está em vós, o corpo, em verdade, está morto pelo pecado, mas o Espírito vive pela justificação.
Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós.
Palavra do Senhor.
“Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime.
Salmo Responsorial 23/24
É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.
Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares
e, sobre as águas, a mantém inabalável.
“Quem subirá até o monte do Senhor,
quem ficará em sua santa habitação?”
“Aquele que tem mãos puras e inocente coração,
e não dirige sua mente para o crime.
Sobre este desce a bênção do Senhor
e a recompensa de seu Deus e salvador.”
“É assim a geração dos que o procuram
e do Deus de Israel buscam a face”.
Não quero a morte do pecado, diz o Senhor, mas que ele volte, se converta e tenha vida (Ez 33,11).
Evangelho (Lucas 13,1-9)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Neste mesmo tempo contavam alguns o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios.
Jesus toma a palavra e lhes pergunta: “Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo?
Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo.
Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os demais habitantes de Jerusalém?
Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo”.
Disse-lhes também esta comparação: “Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e, indo buscar fruto, não o achou.
Disse ao viticultor: ‘Eis que três anos há que venho procurando fruto nesta figueira e não o acho. Corta-a; para que ainda ocupa inutilmente o terreno?’
Mas o viticultor respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano; eu lhe cavarei em redor e lhe deitarei adubo.
Talvez depois disto dê frutos. Caso contrário, cortá-la-ás'”.
Palavra da Salvação.
A figueira infrutífera
Hoje vemos na liturgia, que os profetas do Antigo Testamento haviam comparado com uma árvore infrutífera a incapacidade do povo de praticar o bem.
Assim, por meio do profeta Jeremias, Deus ameaçou o povo com castigos porque, querendo fazer uma colheita, a videira estava sem uva, a figueira, sem figos, e a folhagem estava seca.
O profeta Miquéias por sua vez, comparava a corrupção generalizada do povo com o término de uma colheita, quando não existe um só cacho de uva para ser colhido, nem um figo temporão para ser apanhado.
Dessa maneira, esta imagem foi retomada por Jesus para ilustrar a situação do povo de sua época, cujos frutos, até então, havia esperado em vão.
Diante disso, vemos que a parábola é carregada de esperança.
Durante três anos, o dono da figueira veio procurar fruto, sem resultado.
Por insistência de um empregado, ele se dispõe a dar mais um ano de prazo, durante o qual seriam tomadas todas as providências necessárias para fazê-la produzir frutos.
Caso contrário, seria cortada.
Entretanto, apesar da paciência divina, parecia que o povo não estava disposto a mudar de vida e converter-se.
Mesmo assim, Jesus aposta na liberdade humana e na sua capacidade de conversão.
Por isso, seu otimismo funda-se na certeza de que o ser humano pode abrir-se para a graça e deixar-se tocar por ela.
O castigo, por sua vez, vem somente quando, esgotadas todas as tentativas e a pessoa escolhe seguir o caminho do egoísmo.
Logo, esse castigo é resultado de seu livre arbítrio.
Oração
Espírito do Deus paciente, mesmo conhecendo a paciência divina em relação ao meu egoísmo e aos meus erros, leva-me a mudar de vida, sem demora.