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O sínodo como proposta de ressurreição missionária

Afinal, o sínodo não pretende criar um grupo desalinhado com o catolicismo.

‘Continuamos com a pretensão de querer domesticar os índios’, diz papa em primeira reunião do sínodo.

Durante abertura da assembleia especial que tratará da Amazônia, papa Francisco condenou dizimação da cultura indígena e as ideologias que menosprezam os povos originários.

Pontífice disse que a intenção do sínodo não é a de criar um grupo desalinhado com o catolicismo. (Vatican News)

Primordialmente, Começaram nesta segunda-feira (7) os trabalhos do Sínodo da Amazônia, no Vaticano.

“Obrigado por se dispor a escutar os mais pobres”, disse um dos participantes da assembleia.

Dessa forma, após uma procissão que contou com a participação de índios provenientes de várias etnias, papa Francisco abriu a assembleia.

Assim, ele condenou as “ideologias usadas para interpretar os povos”.

E acrescentou que, através dessas ideologias, corre-se o risco de “compreender intelectualmente esses povos sem aceitá-los ou assumi-los”.

“Continuamos com essa ideia de querer domesticar os povos originários.
Quando a Igreja se esqueceu da maneira adequada de se aproximar de um povo, acabou não se enculturando e chegou a menosprezar determinados povos.

E, até hoje, nos lamentamos desses fracassos”, ressaltou o pontífice.

Referindo-se ainda às comunidades indígenas, o pontífice denunciou que, em vários períodos da história, elas foram tratadas como “civilizações de segundo grau”.

“Escutei, aqui no Vaticano, comentários de mau gosto sobre um índio piedoso que participou do ofertório, o qual trazia um cocar na cabeça.
Agora digo: que diferença existe entre usar penas na cabeça e o tricórnio medieval usado por alguns funcionários de nossos dicastérios?”, reiterou.

Mesmo reconhecendo que a assembleia debaterá questões cruciais relativas a uma determinada região geográfica, o pontífice disse que a intenção do sínodo não é a de criar um grupo desalinhado com o catolicismo.

E explicou que a assembleia contemplará quatro dimensões: pastoral, cultural, social a ecológica, sendo que a pastoral será o fio condutor de todos os debates.

Dessa maneira, “O sínodo não é um parlamento, não é demonstrar quem tem mais poder para impor ideias ou planos.

Dessa forma, isso configuraria uma igreja congregacional.
Não queremos uma igreja sensacionalista que esteja separada da santa e mãe Igreja Católica ou, como dizia Santo Inácio, da nossa santa Igreja hierárquica”, relembrou.

Como acontece tradicionalmente em cada sínodo, o papa abre a primeira sessão da assembleia com um discurso, que eles chamam de “saudação inicial do santo padre”.

Após essa sessão introdutória, estão previstos debates, plenárias e reflexões em torno de Instrumentum laboris, as lista dos temas que serão discutidos durante toda a reunião.

Nos dias que antecedem a missa de encerramento, marcada para o dia 27, será publicado o texto final da reunião de bispos, com propostas e orientações pastorais que deverão ser apresentadas ao papa.

Fonte: Por Mirticeli Medeiros/Vaticano News/Dom Total

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