Papa Francisco preside missa de abertura do sínodo.
Por e com os irmãos na Amazônia, caminhemos juntos, disse o Papa Francisco durante a missa de abertura do sínodo.
O papa Francisco celebrou a missa de abertura do Sínodo da Amazônia neste domingo (6), no Vaticano.
Citando a bíblia, ele condenou as queimadas na Amazônia. Bem como também, denunciou a exploração no território.
E além disso, ele lamentou a marginalização das comunidades indígenas.
“Quando sem amor nem respeito se devoram povos e culturas, não é fogo de Deus, mas do mundo. […]
O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho”, disse.
Continuando o discurso sobre o fogo, símbolo que ele escolheu como norteador do sermão, o pontífice fez clara alusão ao partidarismo e ao jogo de interesses em torno da região.
Apesar de não citar nenhum país, o discurso do papa é uma crítica que se enquadra às medidas tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no tocante às questões ambientais e sociais.
“O fogo devorador se alastra quando se quer fazer triunfar apenas as próprias ideias, formar o próprio grupo, queimar as diferenças para homogeneizar tudo e todos”, ressaltou.
Um tema que ainda hoje gera controvérsias é a questão da colonização europeia da America Latina.
Confirmando que no passado a Igreja também cedeu à lógica de interesses da colonização, iniciada no século XVI.
Assim, o papa Francisco fez um pronunciamento histórico sobre a questão.
Da extinção dos povos indígenas ao padroado, que compõem o elenco de assuntos espinhosos que caracterizaram o período.
Então Francisco “toca na ferida” e reacende o debate.
“Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos”.
Papa Francisco preside missa de abertura do sínodo.
No inicio de 2019 iniciou-se uma crise diplomática entre o governo brasileiro e o Vaticano.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL), em fevereiro deste ano, chegou a expressar sua preocupação com a reunião de bispos, analisando que o evento poderia ser um atentado à soberania do país.
A própria Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) chegou a mencionar que monitoraria a reunião “com fontes abertas”.
Apesar do Vaticano ter reiterado que o sínodo não passa de um evento religioso, alguns temas apresentados pelo instrumentum laboris, uma espécie de lista com os principais assuntos que serão debatidos durante o sínodo.
Estes por sua vez, refletem a preocupação dos bispos com as questões sociais, ambientais e territoriais.
Nesta semana, durante coletiva de imprensa de apresentação do sínodo, Dom Claudio Hummes, o cardeal brasileiro nomeado relator geral da assembleia, disse que sínodo não se concentrará somente em assuntos religiosos.
Por outro lado, afirmou que a reunião pretende apenas refletir sobre os principais problemas que acometem a região, não apresentar “soluções técnicas”.
Por Mirticeli Medeiros/(Vatican News)/Dom Total