Eis que o Papa Francisco nos convida a viver o ministério cristão.
Viver o ministério cristão a partir do amor pelo seu próximo.
Papa: o bispo deve estar próximo do povo de Deus para não cair em ideologias
Os bispos estejam próximos a Deus com a oração, a seus sacerdotes, próximos entre si e, por fim, ao povo de Deus.
Este é o caminho que o papa Francisco indicou nessa sexta (20) na homilia da missa na Casa Santa Marta.
A sua reflexão foi inspirada nas leituras da Liturgia, concentrando-se nos conselhos que o apóstolo Paulo dá ao jovem bispo Timóteo, que prosseguem, depois, também na segunda Carta.
No centro desses conselhos estava a exortação a viver o ministério cristão como um dom.
Hoje, o cerne da reflexão é o dinheiro, mas também a intriga, “as fofocas, as discussões estúpidas”: todas coisas que enfraquecem a vida ministerial, destacou Francisco.
“Quando um ministro – seja sacerdote, diácono, bispo – começa a se apegar ao dinheiro”, se une à raiz de todos os males, reiterou o papa, evocando a primeira leitura de Paulo, que recorda que a avidez do dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6,2c-12).
“O diabo entra pelo bolso”, diziam as “velhinhas do meu tempo”, voltou a recordar o papa.
Amar o seu próximo mais próximo a partir de ministério cristão
Na homilia, Francisco se concentrou nos conselhos que o apóstolo Paulo dá a Timóteo e a todos os ministros nas duas cartas.
A serem próximos são chamados, de fato, não só os bispos, mas também os sacerdotes e os diáconos.
São as quatro “proximidades” que o papa indicou.
Antes de tudo, o bispo “é um homem de proximidade a Deus”. O pontífice recordou que quando os apóstolos, para servir melhor viúvas e órfãos, “inventaram” os diáconos, Pedro ressalta que “a nós” cabe “a oração e o anúncio da Palavra”.
“A primeira tarefa de um bispo, portanto, é rezar: “dá força”, explicou, e desperta também “a consciência deste dom, que não devemos ignorar, que é o ministério”.
A segunda proximidade à qual o bispo é chamado é aos seus sacerdotes e diáconos, os seus colaboradores, que são os vizinhos mais próximos.
“É preciso amar primeiro o seu próximo, que são os seus sacerdotes e os diáconos”.
O papa observou que é triste quando um bispo esquece os seus sacerdotes. É triste ouvir as lamentações de sacerdotes que dizem: “Liguei para o bispo, preciso de um encontro para dizer algo, e a secretária me disse que está tudo lotado nos próximos três meses e não podia…”.
Um bispo que sente esta proximidade aos sacerdotes, se sabe que um sacerdote ligou hoje, no máximo amanhã deveria chamá-lo, porque ele tem o direito de conhecer, de saber que tem um pai. Proximidade aos sacerdotes.
E os sacerdotes vivam esta proximidade entre si, não as divisões. O diabo entra ali para dividir o presbitério, para dividir.
Cuidado com as ideologias na vivência do ministério cristão
Assim, advertiu o Papa, começam os grupinhos que “dividem por ideologias”, “por simpatias”. Por fim, a quarta proximidade é ao povo de Deus:
Na segunda Carta, Paulo começa dizendo a Timóteo para não se esquecer da sua mãe e da sua avó, isto é, para não se esquecer de onde ele saiu, de onde o Senhor o tirou.
Não se esqueça do seu povo, não se esqueça das suas raízes!
E agora, como bispo e como sacerdote, é preciso estar sempre perto do povo de Deus.
Quando um bispo se afasta do povo de Deus, acaba numa atmosfera de ideologias que nada têm a ver com o ministério: não é um ministro, não é um servo.
Esqueceu-se do dom, gratuito, que lhe foi dado.
Em conclusão, o papa voltou a pedir para não esquecer estas quatro “proximidades”, incluindo a do colégio episcopal e presbiteral:
“a proximidade com Deus, a oração; a proximidade do bispo aos sacerdotes e dos sacerdotes ao bispo e dos sacerdotes entre eles e dos bispos entre eles, ou seja, a proximidade filial com Deus e fraternal ou paternal no bispo e nos sacerdotes”.
E proximidade ao povo de Deus”. E exorta, com determinação, a rezar para que os bispos e os sacerdotes tenham essa proximidade, “aos seus líderes”: “aqueles que os conduzem pelo caminho da salvação”.
“Teria a curiosidade de perguntar-lhes”, continua o papa, “se vocês rezam pelos bispos, ou se apenas os criticam”:
Vocês rezam pelos seus sacerdotes, pelo pároco, pelo vice-pároco, ou apenas os criticam?
Devemos rezar pelos sacerdotes e pelos bispos, porque todos nós. O Papa é um bispo, por isso, saibam conservar o dom – não negligenciar este dom que nos foi dado – com esta proximidade.
Fonte: Rádio Vaticano Dom Total