Por isso, Jesus visava levar a multidão que o seguia a colocar os pés no chão.
Pois, quem quisesse seguir Jesus deveria estar consciente das implicações de sua opção.
Liturgia do Dia 8 de Setembro – Domingo
XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Antífona de Entrada
Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).
Oração do dia
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Sabedoria 9,13-18)
Leitura do livro da Sabedoria.
Que homem, pois, pode conhecer os desígnios de Deus, e penetrar nas determinações do Senhor?
Tímidos são os pensamentos dos mortais, e incertas as nossas concepções;
porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e a morada terrestre oprime o espírito carregado de cuidados.
Mal podemos compreender o que está sobre a terra, dificilmente encontramos o que temos ao alcance da mão.
Quem, portanto, pode descobrir o que se passa no céu?
E quem conhece vossas intenções, se vós não lhe dais a Sabedoria, e se do mais alto dos céus vós não lhe enviais vosso Espírito Santo?
Assim se tornaram direitas as veredas dos que estão na terra; os homens aprenderam as coisas que vos agradam e pela sabedoria foram salvos.
Palavra do Senhor.
Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza!
Salmo Responsorial 89/90
Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.
Vós fazeis voltar ao pó todo mortal
quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”
Pois mil anos para vós são como ontem,
qual vigília de uma noite que passou.
Eles passam como o sono da manhã,
são iguais à erva verde pelos campos:
de manhã ela floresce vicejante,
mas à tarde é cortada e logo seca.
Ensinai-nos a contar os nossos dias
e daí ao nosso coração sabedoria!
Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos!
Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exultaremos de alegria todo o dia!
Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.
Agora, não já como escravo, mas bem mais do que escravo, como irmão caríssimo
Leitura (Filêmon 9-10.12-17)
Leitura da carta de são Paulo a Filêmon.
Caríssimo, prefiro fazer apenas um apelo à tua caridade.
Eu, Paulo, idoso como estou, e agora preso por Jesus Cristo, venho suplicar-te em favor deste filho meu, que gerei na prisão, Onésimo.
Torno a enviá-lo para junto de ti, e é como se fora o meu próprio coração.
Quisera conservá-lo comigo, para que em teu nome ele continuasse a assistir-me nesta minha prisão pelo Evangelho.
Mas, sem o teu consentimento, nada quis resolver, para que tenhas ocasião de praticar o bem (em meu favor), não por imposição, mas sim de livre vontade.
Se ele se apartou de ti por algum tempo, foi sem dúvida para que o pudesses reaver para sempre.
Agora, não já como escravo, mas bem mais do que escravo, como irmão caríssimo, meu e sobretudo teu, tanto por interesses temporais como no Senhor.
Portanto, se me tens por amigo, recebe-o como a mim.
Palavra do Senhor.
Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo e ensinai-me vossas leis e mandamentos! (Sl 118,135)
Evangelho (Lucas 14,25-33)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Muito povo acompanhava Jesus. Voltando-se, disse-lhes:
“Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo.
Quem de vós, querendo fazer uma construção, antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la?
Para que, depois que tiver lançado os alicerces e não puder acabá-la, todos os que o virem não comecem a zombar dele,
dizendo: ‘Este homem principiou a edificar, mas não pode terminar'”.
Palavra da Salvação.
Jesus nos mostra as exigências da missão a partir da opção e renúncia
Na liturgia deste XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM, Jesus nos sinaliza quais caminhos devemos tomar para viver nossa vocação missionária.
Assim, a observação feita por Jesus visava levar a multidão que o seguia a deixar de lado a exaltação ingênua e colocar os pés no chão, para evitar possíveis frustrações.
Afinal, a empolgação do momento podia desviar as pessoas do verdadeiro significado do gesto de colocar-se no seguimento do Mestre.
Pois, quem quisesse segui-lo, deveria estar consciente das implicações de sua opção.
Dessa maneira, a primeira exigência consistia em romper com os laços familiares, por causa do Reino, colocando, em segundo plano, o amor aos entes mais queridos.
O texto bíblico fala em “odiar pai, mãe etc.”.
Evidentemente, a palavra “odiar” não tem o mesmo sentido que nós lhe damos, hoje.
Na boca de Jesus, ela quer dizer “dar preferência ao pai, à mãe”; colocá-los acima do Reino e de suas exigências.
A segunda exigência por sua vez, aponta para a predisposição de aceitar todas as consequências decorrentes da opção pelo Reino.
Isto significa “tomar a própria cruz”.
Pois, não é apto para seguir Jesus quem se intimida diante das perseguições, da indiferença, das calúnias sofridas por causa de seu testemunho de vida.
Nesse sentido, só quem é suficientemente forte para enfrentá-las, está em condições de se tornar seguidor de Jesus.
Portanto, a opção por se tornar seu discípulo funda-se numa dupla disposição para a liberdade: diante dos laços de parentesco e diante da cruz que se há de encontrar nesse seguimento.
Oração
Espírito que predispõe para a renúncia, torna-me apto para o discipulado, libertando-me diante do que pode me desviar das exigências do Reino.