Por isso, por nossa missão, somos convidados a viver a responsabilidade pelo Reino de Deus.
Diante disso, é evidente que a responsabilidade não dá margem para a covardia e para o medo.
Liturgia do Dia 31 de Agosto – Sábado
XXI SEMANA DO TEMPO COMUM
Antífona de Entrada
Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Oração do dia
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Tessalonicenses 4,9-11)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
A respeito da caridade fraterna, não temos necessidade de vos escrever, porquanto vós mesmos aprendestes de Deus a vos amar uns aos outros.
E é o que estais praticando para com todos os irmãos em toda a Macedônia.
Mas ainda vos rogamos, irmãos, que vos aperfeiçoeis mais e mais.
Procurai viver com serenidade, ocupando-vos das vossas próprias coisas e trabalhando com vossas mãos, como vo-lo temos recomendado.
Palavra do Senhor.
Na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira.
Salmo Responsorial 97/98
O Senhor julgará as nações com justiça.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
Aplauda o mar com tudo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com equidade.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).
Evangelho (Mateus 25,14-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Será também como um homem que, tendo de viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens.
A um deu cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu.
Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles; fê-los produzir, e ganhou outros cinco.
Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois.
Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de seu senhor.
Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas.
O que recebeu cinco talentos, aproximou-se e apresentou outros cinco:
‘Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei’.
Disse-lhe seu senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito.
Vem regozijar-te com teu senhor’.
O que recebeu dois talentos, adiantou-se também e disse: ‘Senhor, confiaste-me dois talentos; eis aqui os dois outros que lucrei’.
Disse-lhe seu senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito.
Vem regozijar-te com teu senhor’.
Veio, por fim, o que recebeu só um talento:
‘Senhor’, disse-lhe, ‘sabia que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste.
Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra. Eis aqui, toma o que te pertence’.
Respondeu-lhe seu senhor: ‘Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei.
Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco e, à minha volta, eu receberia com os juros o que é meu.
Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez.
Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem, tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter.
E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes'”.
Palavra da Salvação.
A responsabilidade exige do discípulo empenho e criatividade
Na liturgia deste sábado, último dia do mês, somos provocados a reconhecer a responsabilidade nossa de cada como discípulos do Reino.
Por isso, a parábola evangélica alerta para o senso de responsabilidade que o discípulo deve ter, no trato com as coisas do Reino.
Eis alguns elementos desta responsabilidade:
Os dons recebidos de Deus não podem deixar de produzir frutos.
Dessa forma, o discípulo tem o dever de fazê-los frutificar, colocando a serviço do próximo todas as qualidades e carismas que possui.
Já que como sabemos, é irresponsável quem os usa apenas em benefício próprio, deixando de transformá-los em instrumento de manifestação de seu amor pelos semelhantes.
Diante disso, é evidente que a responsabilidade não dá margem para a covardia e para o medo, frutos de uma falsa imagem de Deus.
Assim, quem identifica Deus com alguém severo “que ceifa onde não semeou e colhe onde não plantou”, tende a bloquear-se e a reduzir-se à inatividade.
Esta deturpação da imagem de Deus por sua vez, não pode servir de alibi para quem quer justificar sua irresponsabilidade.
Dessa maneira, a responsabilidade exige do discípulo empenho e criatividade para fazer frutificar os talentos recebidos de Deus.
E por isso, não lhe importa se são muitos ou poucos nem quais sejam estes talentos.
Sejam eles quais forem, o discípulo buscará um meio de fazê-los frutificar.
Isto por sua vez, deverá ser uma sua batalha diuturna.
Além disso, também reconhecerá não existir outro caminho para a salvação, além do serviço amoroso e gratuito ao seu próximo.
Oração
Pai, dá-me senso da responsabilidade e faze-me entender que o serviço amoroso e gratuito a meu próximo é o único caminho de fazer multiplicar os dons que de ti recebi.