Por isso, eis que Jesus deveria ser visto como um Messias submisso às tradições de Israel.
Assim, Jesus nos mostra como devemos agir na missão pelo Reino de Deus.
Liturgia do Dia 12 de Agosto – Segunda-feira
XIX SEMANA DO TEMPO COMUM
Antífona de Entrada
Considerai, Senhor, vossa aliança e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de que vos busca (Sl 73,20.19.22s).
Oração do dia
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Deuteronômio 10,12-22)
Leitura do livro do Deuteronômio.
Moisés falou ao povo, dizendo: “E agora, ó Israel, o que pede a ti o Senhor, teu Deus, senão que o temas, andando nos seus caminhos, amando-o e servindo-o de todo o teu coração e de toda a tua alma, observando os mandamentos do Senhor e suas leis, que hoje te prescrevo, para que sejas feliz?
Vê: ao Senhor, teu Deus, pertencem os céus e os céus dos céus, a terra e tudo o que nela se encontra.
Não obstante, só a teus pais se apegou o Senhor com amor, e elegeu a sua posteridade, depois deles, a vós, dentre todas as nações, como o vedes presentemente.
Cortai, pois, o prepúcio de vosso coração, e cessai de endurecer vossa cerviz; porque o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz distinção de pessoas, nem aceita presentes.
Ele faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, ao qual dá alimento e vestuário.
Também vós, amai o estrangeiro, porque fostes estrangeiros no Egito.
Temerás o Senhor, teu Deus, e o servirás. Estarás unido a ele, e só pelo seu nome farás os teus juramentos.
Ele é a tua glória e o teu Deus, que fez por ti estas grandes e terríveis coisas que viste com os teus olhos.
Quando os teus pais desceram ao Egito eram em número de setenta pessoas, e agora o Senhor, teu Deus, multiplicou-te como as estrelas do céu”.
Palavra do Senhor.
Anunciai a Jacó sua palavra, seus preceitos e suas leis a Israel.
Salmo Responsorial 147/147B
Glorifica o Senhor, o Jerusalém.
Glorifica o Senhor, Jerusalém!
Ó Sião, canta louvores ao teu Deus!
Pois reforçou com segurança as tuas portas
e os teus filhos, em teu seio, abençoou.
A paz em teus limites garantiu
e te dá como alimento a flor do trigo.
Ele envia suas ordens para a terra,
e a palavra que ele diz corre veloz.
Anunciai a Jacó sua palavra,
seus preceitos e suas leis a Israel.
Nenhum povo recebeu tanto carinho,
a nenhum outro revelou os seus preceitos.
Pelo Evangelho o Pai nos chamou, a fim de alcançarmos a glória de nosso Senhor Jesus Cristo (2Ts 2,14).
Evangelho (Mateus 17,22-27)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Enquanto caminhava pela Galiléia, Jesus lhes disse: “O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos homens.
Matá-lo-ão, mas ao terceiro dia ressuscitará”. E eles ficaram profundamente aflitos.
Logo que chegaram a Cafarnaum, aqueles que cobravam o imposto da didracma aproximaram-se de Pedro e lhe perguntaram: “Teu mestre não paga a didracma?”
“Paga sim”, respondeu Pedro. Mas quando chegaram à casa, Jesus preveniu-o, dizendo:
“Que te parece, Simão? Os reis da terra, de quem recebem os tributos ou os impostos? De seus filhos ou dos estrangeiros?”
Pedro respondeu: “Dos estrangeiros”. Jesus replicou: “Os filhos, então, estão isentos.
Mas não convém escandalizá-los. Vai ao mar, lança o anzol, e ao primeiro peixe que pegares abrirás a boca e encontrarás um estatere. Toma-o e dá-o por mim e por ti”.
Palavra da Salvação.
Jesus e seu firme testemunho missionário
Primordialmente, neste início de semena, a liturgia nos que Jesus nos ensina a sempre propor a possibilidade da conversão.
Assim, os cobradores do imposto para o Templo estavam de olho em Jesus.
Afinal, os sacerdotes e os rabinos julgavam-se isentos de pagá-lo.
Dessa maneira, será que Jesus, por ser considerado mestre, imaginava gozar do mesmo direito?
Afinal, todo judeu adulto devia cumprir esta obrigação, a partir dos vinte anos.
Por isso, a resposta à pergunta dirigida a Pedro seria uma forma de revelar a identidade de Jesus, ou melhor, o que ele pensava de si mesmo.
Pedro por sua vez, responde afirmativamente.
Com isso, deixa entrever seu modo de entender a pessoa do Mestre: um Messias submisso às tradições de Israel, cumpridor de suas obrigações.
Sendo assim, um Messias sem novidades, afinado com as expectativas populares.
Diante disso, vemos que a pergunta que Jesus dirigiu a Pedro tem um quê de censura.
Ao falar de “reis da Terra”, “seus filhos” e de “estranhos”, Jesus tinha em mente o oposto disto: “o Rei do Céu” e seus “filhos”.
Pois, é neste nível que ele se situa.
Por conseguinte, sendo filho do Rei do Céu, por direito estava isento de pagar taxas impostas aos estrangeiros pelos reis da Terra.
E eles por sua vez, na consciência de serem filhos, como Jesus, deveria fazer parte da vida dos membros da comunidade.
Por serem filhos de Deus os discípulos estão dispensados de se submeter às imposições das instituições humanas, mesmo as religiosas.
Caso se submetessem, seria apenas por razões pastorais, para evitar escândalos, não fechando às pessoas a possibilidade de serem tocadas pela palavra de Jesus.
Portanto, o Mestre da vida nos mostra que era e é preciso deixar uma porta aberta para a conversão.
Oração
Pai, que eu saiba desfrutar minha condição de filho, que me faz livre diante das imposições injustas dos poderes deste mundo, pois só a ti devo submeter-me.
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