Assim, Jesus nos oriente como devemos agir em nossa missão.
Dessa forma, a comunidade dos discípulos de Jesus pode ser definida como a família do Reino.
Liturgia do Dia 23 de Julho – Terça-feira
XVI SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde Ofício do Dia)
Antífona de Entrada
É Deus quem me ajuda, é o Senhor quem defende a minha vida. Senhor, de todo o coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom (Sl 53,6.8).
Oração do dia
Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Êxodo 14,21-15,1)
Naqueles dias, Moisés estendeu a mão sobre o mar.
O Senhor fê-lo recuar com um vento impetuoso vindo do oriente, que soprou toda a noite.
E pôs o mar a seco. As águas dividiram-se e os israelitas desceram a pé enxuto no meio do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e à esquerda.
Os egípcios os perseguiram: todos os cavalos do faraó, seus carros e seus cavaleiros internaram-se após eles no leito do mar.
À vigília da manhã, o Senhor, do alto da coluna de fogo e da de nuvens, olhou para o acampamento dos egípcios e semeou o pânico no meio deles.
Embaraçou-lhes as rodas dos carros de tal sorte que, só dificilmente, conseguiam avançar. Disseram então os egípcios: “Fujamos diante de Israel, porque o Senhor combate por eles contra o Egito.”
O Senhor disse a Moisés: “Estende tua mão sobre o mar, e as águas voltar-se-ão sobre os egípcios, seus carros e seus cavaleiros.”
Moisés estendeu a mão sobre o mar, e este, ao romper da manhã, voltou ao seu nível habitual.
Os egípcios que fugiam foram de encontro a ele, e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar.
As águas voltaram e cobriram os carros, os cavaleiros e todo o exército do faraó que havia descido no mar ao encalço dos israelitas.
Não ficou um sequer.
Mas os israelitas tinham andado a pé enxuto no leito do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e à esquerda.
Foi assim que naquele dia o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios.
E Israel viu os cadáveres dos egípcios na praia do mar.
Viu Israel o grande poder que o Senhor tinha exercido contra os egípcios.
Por isso, o povo temeu o Senhor e confiou nele e em seu servo Moisés.
Então Moisés e os israelitas entoaram em honra do Senhor o seguinte cântico:
“Cantarei ao Senhor, porque ele manifestou sua glória. Precipitou no mar cavalos e cavaleiros”.
Palavra do Senhor.
Vós, Senhor, o levareis e o plantareis em vosso monte
Salmo Responsorial Ex 15
Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!
Ao soprar a vossa ira, amontoaram-se a águas,
levantaram-se as ondas e formaram uma muralha,
e imóveis se fizeram, em meio ao mar, as grandes vagas.
O inimigo tinha dito:
“Hei de segui-los e alcançá-los!
Repartirei os seus despojos e minha alma saciarei;
arrancarei da minha espada e minha mãos os matará!”
Mas soprou o vosso vento, e o mar os recobriu;
afundaram como chumbo entre as águas agitadas.
Estendestes vossa mão, e a terra os devorou.
Vós, Senhor, o levareis e o plantareis em vosso monte,
no lugar que preparastes para a vossa habitação,
no santuário construído pelas vossas próprias mãos.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23)
Evangelho (Mateus 12,46-50)
Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar.
Disse-lhe alguém: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te”.
Jesus respondeu-lhe: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”
E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Palavra da Salvação.
Jesus nos sinaliza como agir diante das exigências do serviço missionário
Na liturgia desta terça-feira, Jesus nos sinaliza como verdadeiramente devemos agir diante das exigências do serviço missionário.
Dessa forma, a ruptura com os laços familiares foi uma das exigências do serviço ao Reino, com as quais Jesus se defrontou.
Também por exigência do Reino, foi levado a constituir, sobre novas bases, uma comunidade cujo relacionamento interpessoal deveria ter a profundidade do relacionamento familiar.
Assim sendo, a comunidade dos discípulos de Jesus pode ser definida como a família do Reino, cuja característica são os laços fraternos que unem seus membros.
Nesta perspectiva, fica em segundo plano a consanguinidade.
Doravante, ser mãe ou irmão de sangue não tem importância.
O critério de pertença à família do Reino consiste em submeter-se à vontade do Pai, sendo-lhe obediente em tudo.
Importa assim, mostrar com ações concretas, esta submissão.
Aí o agir do discípulo identifica-se com o agir do Mestre, a ponto de Jesus poder considerá-lo como irmão: a vontade do Pai é o imperativo na vida de ambos.
Assim, a ligação entre Jesus e os seus discípulos era muito mais profunda do que a sua convivência física com eles.
Havia algo de superior que os unia, sem estar na dependência de elementos conjunturais, quais sejam, a pertença a uma determinada família, raça ou cultura.
Diante disso, basta alguém viver um projeto de vida fundado na vontade do Pai, para que Jesus o reconheça como pertencente à sua família.
Para ele, estes são seus irmãos, suas irmãs, suas mães.
Portanto, são irrelevantes outros títulos de relação com Jesus, quando falta este pré-requisito.
Oração
Espírito de adesão à vontade do Pai, faze-me sentir sempre mais membro da família do Reino, levando-me à perfeita submissão ao querer divino.