Assim, Jesus nos convida a viver a comunhão do Reino de Deus.
Por isso, Jesus colocava sempre a dignidade da vida acima da lei.
Liturgia do Dia 19 de Julho – Sexta-feira
XV SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde Ofício do Dia)
Oração do dia
Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Êxodo 11,10-12,14)
Moisés e Aarão tinham operado todos esses prodígios em presença do faraó.
Mas o Senhor endureceu o coração do faraó, que não permitiu aos israelitas partirem de sua terra.
O Senhor disse a Moisés e a Aarão:
“Este mês será para vós o princípio dos meses: tê-lo-eis como o primeiro mês do ano.
Dizei a toda a assembléia de Israel: no décimo dia deste mês cada um de vós tome um cordeiro por família, um cordeiro por casa.
Se a família for pequena demais para um cordeiro, então o tomará em comum com seu vizinho mais próximo, segundo o número das pessoas, calculando-se o que cada um pode comer.
O animal será sem defeito, macho, de um ano; podereis tomar tanto um cordeiro como um cabrito.
E o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; então toda a assembléia de Israel o imolará no crepúsculo.
Tomarão do seu sangue e pô-lo-ão sobre as duas ombreiras e sobre a verga da porta das casas em que o comerem.
Naquela noite comerão a carne assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas.
Nada comereis dele que seja cru, ou cozido, mas será assado no fogo completamente com a cabeça, as pernas e as entranhas.
Nada deixareis dele até pela manhã; se sobrar alguma coisa, queimá-la-eis no fogo.
Eis a maneira como o comereis: tereis cingidos os vossos rins, vossas sandálias nos pés e vosso cajado na mão. Comê-lo-eis apressadamente: é a Páscoa do Senhor.
‘Naquela noite, passarei através do Egito, e ferirei os primogênitos no Egito, tanto os dos homens como os dos animais, e exercerei minha justiça contra todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor’.
O sangue sobre as casas em que habitais vos servirá de sinal (de proteção): vendo o sangue, passarei adiante, e não sereis atingidos pelo flagelo destruidor, quando eu ferir o Egito.
Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o com uma festa em honra do Senhor: fareis isso de geração em geração, pois é uma instituição perpétua”.
Palavra do Senhor.
Eis que sou o vosso servo, ó Senhor.
Salmo Responsorial 115/116B
Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.
Que poderei retribuir ao Senhor Deus
por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
Elevo o cálice da minha salvação,
invocando o nome santo do Senhor.
É sentida por demais pelo Senhor
a morte de seus santos, seus amigos.
Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,
vosso servo que nasceu de vossa serva;
mas me quebrastes os grilhões da escravidão1
Por isso oferto um sacrifício de louvor,
invocando o nome santo do Senhor.
Vou cumprir minhas promessas ao Senhor
na presença de seu povo reunido.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).
Evangelho (Mateus 12,1-8)
Naquele tempo, Jesus atravessava os campos de trigo num dia de sábado.
Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para comê-las.
Vendo isto, os fariseus disseram-lhe: “Eis que teus discípulos fazem o que é proibido no dia de sábado”.
Jesus respondeu-lhes: “Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição?
Ora, nem a ele nem àqueles que o acompanhavam era permitido comer esses pães reservados só aos sacerdotes.
Não lestes na lei que, nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tornam culpados?
Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo.
Se compreendêsseis o sentido destas palavras: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’ não condenaríeis os inocentes.
Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado”.
Palavra da Salvação.
Jesus estava em perfeita comunhão com Deus
Primordialmente, Jesus foi firme ao rebater as críticas dos fariseus quando viram os discípulos colhendo espigas de trigo e comendo-as, em dia de sábado.
Assim, para os fariseus, este fato configurava-se como um aberto desrespeito à Lei.
E, pior ainda, praticado com a anuência do Mestre Jesus.
Algo de errado estava acontecendo: alguém, pensando ensinar em nome de Deus, mostrava-se incapaz de respeitar uma Lei dada pelo mesmo Deus.
Diante disso, podia-se concluir, sem perigo de errar, que Jesus não vinha da parte de Deus.
Entretanto, este desrespeito à Lei de Deus era só aparente.
Dessa maneira, Jesus estava em perfeita comunhão com Deus ao concordar que, quem estivesse com fome, podia encontrar um meio de saciá-la, mesmo atropelando uma Lei religiosa.
Por isso, o imperativo da vida estava perfeitamente de acordo com a vontade de Deus.
Dessa forma, errado seria obrigar os discípulos do Mestre a desfalecer pelo caminho, embora tivessem alimento à mão, só porque a colheita estava no rol das atividades proibidas em dia de sábado.
Assim, o gesto de Jesus teve um antecedente no Antigo Testamento, na pessoa de Davi.
Fugindo da perseguição de Saul, chegara faminto a um santuário, cujo sacerdote, na falta de outro pão, ofereceu ao fugitivo o pão consagrado, que só aos sacerdotes era permitido comer.
Gesto sensato, pois o pão consagrado destinava-se a garantir a vida de um ser humano.
Portanto, a atitude do sacerdote foi plenamente agradável a Deus. O mesmo aconteceu com Jesus.
Oração
Espírito de flexibilidade, que eu não seja contaminado pela subserviência à Lei, sabendo que, para Deus, o imperativo da vida é mais importante.